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Lembranças de outros tempos

O filme é antigo. Muito antigo. Apenas um episódio ficou em minha memória. O lance contado referia-se à guerra entre Japão e Estados Unidos...

Padre Prata
Publicado em 22/04/2018 às 20:46Atualizado em 16/12/2022 às 04:18
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O filme é antigo. Muito antigo. Apenas um episódio ficou em minha memória. O lance contado referia-se à guerra entre Japão e Estados Unidos. Os americanos, de um lado, trocavam tiros com os japoneses do outro. Um soldado americano viu ao longe, escondido numa árvore, um soldado japonês. Mirou com cuidado. Os companheiros vibraram: um japonês a menos. Sem saber mesmo o porquê, uma angústia invadiu o pensamento daquele soldad “Por que matei aquele homem? Nunca o vi. Não me fez nenhum mal. Era casado? Tinha filhos? Tinha mãe? Muita gente vai chorar sua morte. O responsável por tanta tristeza fui eu.” Começou a soluçar e a maldizer a estupidez de uma guerra.

A lembrança daquele episódio me fez pensar no tamanho do mal que se esconde no coração humano, na estupidez que mata por motivos idiotas e sem sentido. Hobbes tinha carradas de razões quando escreveu que “o homem é o lobo do homem” (Homo hominis lupus). Pensando bem, qual a razão das guerras? Por que motivos justos os homens se matam, deixando para trás rios de dor. Você, que me lê, já viu na TV crianças islâmicas sendo treinadas para executar prisioneiros de guerra? Você já leu notícias recentes sobre bombas de gases letais derramadas na Síria, matando inocentes, incluindo crianças que nada têm a ver com aquela retaliação estúpida?

Quem são os culpados? São os representantes do povo. São aqueles que escolhemos para nos proteger, para nos criar condições humanas de vida. Não só eles. São também os fabricantes de armas, de artifícios de guerra. São ainda os grandes capitais que tornam a vida cada vez mais difícil de ser vivida. Há muitos países em guerra, em lutas internas. Aqui, bem perto de nós, vemos o exemplo de Maduro, na Venezuela. De lá já fugiram quatro milhões de pessoas, procurando o que comer. Só para o Brasil já refugiaram 70 mil. Quanto à política do Brasil, nem é bom lembrar. Fico pensando num provérbio popular: “Dois mil passará, três mil não chegará”. A gramática está errada, a profecia não sei...

(*) PADRE PRATA 

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