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Uberaba, 195 anos

“Uberaba de ontem, Uberaba de hoje. Das duas não sei qual quero mais...

João Eurípedes Sabino
Publicado em 23/02/2018 às 22:07Atualizado em 16/12/2022 às 01:42
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“Uberaba de ontem, Uberaba de hoje. Das duas não sei qual quero mais. Se a Uberaba dos meus tempos de menino, se a Uberaba dos meus dias outonais”. Já disse aqui que não há uma trova tão sensível e objetiva quanto essa que Quintiliano Jardim cunhou nos áureos tempos do seu querido jornal Lavoura e Comércio. É para todos os que beberam ou bebem da nossa água.

No próximo 2 de março de 2018 viveremos os 195 anos da cidade. Dr. Guido Bilharinho, acadêmico e historiador, no dia 28/02/2018 na sede do nosso Arquivo Público, fará palestra alusiva ao aniversário quando comprovações e esclarecimentos serão dados a conhecer. O evento é imperdível para memorialistas e historiadores. A casa dirigida pela acadêmica Marta Zednik de Casanova viverá data memorável.

O evento ocorrerá em boa hora, uma vez que, segundo consta, árvores da Praça Rui Barbosa estão no corredor da morte.  Não faltarão referências aos tempos nos quais tínhamos ali, esbeltas palmeiras, fonte luminosa, coches, saraus com bandas de música, “footing”. Assisti ali a espetáculos com motocicletas atravessando o espaço aéreo em cabos de aço fixados nas alturas. Padre Prata em sua crônica “A praça da minha infância” de 18/02/2018, com memória lúcida nomeou pontos que viu naquela praça. Deslumbrantes revelações! Acrescento que ali existiu um busto do ex-presidente Juscelino Kubitschek, removido sem razão, dormiu sob sucatas da prefeitura e, resgatado pelo amigo Dorival Cicci, está hoje em frente ao prédio da UFTM, logo acima do nosso Mercado Municipal.

Como se não bastasse o Triângulo ter sido paulista um dia, depois goiano e hoje mineiro, nós uberabenses ainda carregamos o peso por não sabermos ao certo em que dia nasceu Uberaba. Dois de maio ou dois de março? Guido Bilharinho esclarecerá em sua palestra “Dois de março, dia de Uberaba”. Quem comparecer, verá. 

O inconformismo geral diante da devastação urbana que estamos assistindo, enseja os versos: Eu sou a Memória / Hoje tão calada e esquecida / Que acaba sozinha em vida / Morre aos poucos com a história / Devagar vou sumindo / Dia a dia sendo apagada / Meu passado vai ao nada / E o presente pra lá está indo...

 

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