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Sem vontade de escrever

Caro amigo leitor, aqui estou novamente, para alegria de muitos e tristeza de uns poucos...

Leuces Teixeira
Publicado em 22/02/2018 às 22:09Atualizado em 16/12/2022 às 06:10
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Caro amigo leitor, aqui estou novamente, para alegria de muitos e tristeza de uns poucos. Hoje estou muito chato, bem mais do que sou diariamente. Ando meio depressivo com aquilo que venho presenciando no exercício da advocacia, no dia a dia forense, inclusive, nos meios policiais. Vale dizer que minha visão é em âmbito nacional, tendo em vista que converso com muita gente, leio muito e gosto de pesquisar sobre o ambiente criminal.

Confesso que o dia a dia do advogado criminal não tem sido nada fácil, estamos sofrendo muito. Estamos sendo confundidos com aqueles que vivem e sobrevivem única e exclusivamente do mundo do crime. Pensei muito e entendo que chegou a hora de fazer um desabafo.

Recentemente, visitei um presídio bem distante da nossa Uberaba e, lá chegando, constatei que os problemas são os mesmos: descaso com o advogado no tempo de espera, reclamação pela ausência de médicos, dentistas, pela quase total ausência de medicamentos – e medicamentos simples, nada sofisticado –, como a metformina (uma caixa do genérico pode ser comprada por 15 reais, com 30 comprimidos, para tratamento de diabetes), relatos de espancamentos e por aí vai.

No ambiente forense e nas delegacias, as coisas não estão indo bem. Nestes, a falta de respeito para com o advogado é coisa de arrepiar. Reitero que minha crítica alcança uma visão do Brasil como um todo. Chega a ponto de agentes de segurança – policiais civis e militares – afirmarem que a presença do advogado não é necessária naquele momento e, mais ainda, que o advogado só atrapalha e causa tumulto. Veja a que ponto chegamos!

No meio forense, vislumbro, em algumas situações, um embate entre o Promotor e o Magi$trado, numa situação de quem está em maior evidência no tocante ao protagonismo midiático, ou ainda, num verdadeiro conluio de reuniões e mais reuniões, algumas com a participação policial, um verdadeiro tripé – promotor, juiz e delegado –, na ânsia tresloucada de fazer “justiça” a qualquer custo. E, custe o que custar, tem que prevalecer o que foi acordado. Para por aí? Não!! Pode ocorrer, ainda, nesta malfadada reunião, a jurisdição do assessor de gabinete, cuja opinião, em alguns momentos, é de muita valia.

Chegou ao meu conhecimento, não sei se é verdade, que o ilustre promotor manda buscar o acusado no presídio e o convida para fazer a tão premiada delação; todavia, com a promessa de dizer algo mais. O que é esse algo mais? Citar nomes de outras pessoas, inclusive, inocentes; nomes de advogados, serventuários, policiais e até mesmo nomes de magistrados, que não mais comungam com o que pensam ou aquilo que foi acordado. Vou parar por aqui; quem sabe não vou sofrer alguma represália? Só mais um casinh recentemente, um caso onde o advogado levou o acusado para depor na delegacia, onde restou “acordado”, se houvesse necessidade, o investigado estava à disposição da autoridade. Não é que a douta autoridade representou pela prisão?! Finalizando, caso o magistrado, promotor, delegado, procurador, seja lá quem for, estiver diante de um caso criminal (como investigado), jamais vai procurar aquele profissional da medicina que cuida de sua próstata!! Entendeu? Não!! Leia novamente!  É muito doloroso, pois o exame é feito pela via anal!!

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