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Tudo novo

A sensação de final de ano é muito agradável. É colheita de uma caminhada tumultuada

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 09/12/2017 às 19:16Atualizado em 16/12/2022 às 08:25
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A sensação de final de ano é muito agradável. É colheita de uma caminhada tumultuada de atividades, mas também a alegria de que tudo vai começar de novo. “Descartamos” o passado, cheio de experiências positivas e negativas, para agora iniciar 2018 com a expectativa de que seja um ano promissor, de realizações positivas e de escolhas responsáveis e iluminadas pelo Espírito de Deus.

O nascimento de Jesus passa pelas palavras sábias de João Batista, fazendo a transição do Antigo para o Novo Testamento. Ele proclama a chegada dos novos tempos e anuncia a realização da profecia de Isaías 7,14: “De uma virgem nascerá o Emanuel, Deus conosco”. O divino se torna humano, um de nós, para divinizar o humano e realizar a plenitude da Aliança feita por Deus com Abraão.

Mas a história continua sua trajetória, agora em novos tempos, novas realizações da cultura moderna, novas tecnologias, numa cibernética encantadora. Parece até ultrapassar os limites da capacidade humana, transformando o ser humano em ser submisso aos inventos da capacidade intelectual. Mas não descartamos que tudo isso nada mais é do que os talentos presentes nas pessoas.

Na verdade, o que é sempre novo é o amor proclamado por Jesus Cristo. Ele é percebido nas atitudes concretas das pessoas, em sua forma de atuar na sociedade e na capacidade de doação para fazer o outro feliz. Não é amor egoísta, individualista ou intimista, que valoriza só o bem-estar pessoal. A dinâmica de Jesus teve sua culminância na cruz, entregando-se totalmente num gesto salvador.

Estamos em tempo de muitas incertezas, num país cheio de incógnitas, desconfiados das autoridades de hoje e preocupados com o novo que deverá chegar. Teremos eleições em 2018 e há o perigo da continuação do velho e esperto político que faz da política um cabide de emprego. E são muitos que não abrem mão do poder e não deixam entrar novas lideranças para formar um Estado novo.

Celebrar a Festa do Natal deve ser celebração da esperança, porque Deus sempre foi fiel em conduzir o povo para a liberdade e a paz. Nas dimensões difíceis da sociedade atual, os cristãos devem demonstrar grandeza em sua fé e lutar para construir “novos céus e nova terra” (II Pd 3,13). Nessa nova terra deverá ser praticada a justiça, transformando o egoísmo no reino de fraternidade e paz.

(*) Arcebispo de Uberaba

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