Pelo menos metade das famílias brasileiras tem uma dívida
Pelo menos metade das famílias brasileiras tem uma dívida em torno de R$ 4.300,00. A renda familiar incompatível com o volume de compras, a vontade não controlada de possuir determinados bens e as boas condições de pagamento estão entre as principais causas desse endividamento.
Muitas famílias já desistiram de pagar o que devem. E o nome no SPC impede a realização de novas compras. Tristeza, nessa hora, não adianta. Como ensina a sabedoria popular há tempos, “tristezas não pagam dívidas”... Os credores, ávidos pela solução de seu problema com os clientes, aceitam renegociação e parcelamento de dívidas e dão descontos, na esperança de minimizarem o prejuízo.
Nos jornais, a coluna do Cartório de Protesto de Títulos tem ocupado espaço cada vez maior. Além das dívidas de importância razoável, há outras abaixo de cem reais. É intrigante pensar o que teria levado um credor a protestar valores tão baixos...
Outro problema que é uma tentação para o consumidor é a facilidade de conseguir empréstimo bancário, principalmente o consignado, garantido, muitas vezes, pelo valor da aposentadoria. Quando surgiu essa modalidade de empréstimo, ela teve aparência de um presente do governo. Essa inocente interpretação se dissolveu quando a primeira parcela da dívida foi descontada na folha de pagamento.
Economistas alertam para juros altos cobrados pelos bancos, sobretudo no cheque especial e cartão de crédito. Em um ano de juros, a dívida dobra, fato que torna ainda mais difícil cobrir o saldo devedor.
A educação financeira precisa ser tratada sistemática e urgentemente nas escolas de todo o país. Educado desde cedo, o cidadão terá mais facilidade para poupar uma parte do que receber, manter o orçamento equilibrado e não se deixar levar pela tentação do consumo. Será um consumidor eficiente, consciente e responsável. Não se deixará seduzir pela explosão de apelos que brota de todas as formas, sem cessar, à sua volta.
O consumismo tem merecido a atenção da mídia, que exibe rotineiramente abordagens a compradores que se assumem compulsivos. Ao lado desses compradores, há os que estão no vermelho há algum tempo, mas demonstram que aprenderam, a duras penas, que é preferível ficar com vontade de ter algo, a ficar com a obrigação de pagar.