POLÍTICA

Manifestantes protestam pelo fim do racismo e contra Bolsonaro nas capitais

Publicado em 07/06/2020 às 16:57Atualizado em 18/12/2022 às 06:54
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Mais uma vez o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Brasília foram palcos de manifestações antirracismo, anti-Bolsonaro e pró-democracia. Os protestos contra o racismo também repercutiram e levaram milhares às ruas em outros países como; Estados Unidos, Londres, Portugal, França, entre outros. 

Rio de Janeiro

Uma multidão, a maioria vestida de preto e usando máscaras de proteção contra o Covid, tomou na tarde deste domingo uma das pistas da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, para protestar contra o racismo e a violência policial nas favelas da cidade. "Eu tô de preto, de favelado, que todo dia na favela é assassinado", era um dos principais gritos de guerra durante o trajeto aberto pela faixa "As mães negras não aguentam mais chorar".

O ato homenageou menores mortos nas favelas por policiais, como Ágatha Félix, no ano passado; João Pedro, morto este ano; Marcos Vinícius, em 2018; e Maria Eduarda, em 2019, além de lembrar o assassinato até hoje sem esclarecimento da vereadora Marielle Franco, há dois anos.

Ato #VidasNegrasImportam acontecendo agora no Rio de Janeiro! #BlackLivesMatter #FavelasNaLuta

📷 @lunacostaol pic.twitter.com/9PPHbAUTqi — Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) June 7, 2020

Organizados e gritando palavras de ordem durante todo o tempo, a manifestação não registrou nenhum contratempo significativo, apesar do grande número de policiais cercando a passeata por todo o trajeto e revistando os participantes constantemente, como não costuma ocorrer em outros protestos na cidade.

Apenas a presença de uma bandeira de um partido político rendeu um princípio de tensão no evento, mas foi logo resolvido sem maiores consequências, além de uma questão interna se iriam se ajoelhar ou não em protesto, como nos atos nos Estados Unidos, o que causou divergências. "Não vamos nos ajoelhar para o Estado", bradavam os contrários ao ato copiado de outros manifestos.

Não faltou, entretanto, entre os cartazes, a frase "I can't breathe", dita pelo norte-americano preto George Floyd, assassinado nos Estados Unidos por um policial no final do ano passado.

Por volta das 16h, todos deitaram no chão simulando corpos mortos por policiais e gritaram a frase que ficou marcada nos protestos de todo mundo, "Vidas negras importam".

Pelo Instagram, o Instituto Marielle Franco transmitiu a manifestação, que lembrava a todo momento a vereadora assassinada em 2018: "Marielle perguntou, eu também vou perguntar, quantos mais vão ter que morrer para essa guerra acabar", era uma das palavras de ordem puxada durante a caminhada, que partiu do monumento ao líder preto Zumbi até a Igreja da Candelária.

São Paulo

Panelaço pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro do governo foi ouvido em vários bairros de São Paulo, a partir das 15 horas deste domingo. Muitos gritavam "Fora Bolsonaro". Em alguns casos, apoiadores do presidente também se manifestaram, classificando os manifestantes de petistas e mandando-os "irem trabalhar".

As manifestações de pessoas batendo panelas e algumas buzinas foram ouvidas nos bairros de Pinheiros, Bela Vista, Perdizes, Pompeia, Vila Madalena, República, entre outros.

Em um aviso via grupos de Whatsapp espalhado desde sexta-feira, houve uma convocação para que, neste domingo, 7, houvesse um buzinaço das 15h às 15h30 contra Bolsonaro.

De acordo com a convocação, também deveria ser posto um pano branco na janela do carro (paz) nas principais avenidas das cidades brasileiras. "Quem não puder ou não quiser põe um pano branco na janela e bate panela. Passe para três pessoas em 15 minutos. Logo Brasil inteiro vai estar avisado!", finalizava a convocação.

Largo da Batata agora 👊🏿👊🏿👊🏿

Fot Guilherme Gandolfi / @MidiaNINJA #ForaBolsonaro pic.twitter.com/a1lWoeh56U — Mídia NINJA (@MidiaNINJA) June 7, 2020

Belo Horizonte

Foto/Fred Magno

Na capital mineira, em Belo Horizonte, o ato autoproclamado antifascista e antirracista teve a participação de torcidas e coletivos de Cruzeiro, Atlético, América e Corinthians, e muitas pessoas usavam camisas desses e outros times de futebol. A Polícia Militar acompanhou todo o percurso e nenhum tumulto foi registrado. 

No fim da manhã, as pessoas se reuniram na Praça da Bandeira, na região Sul de BH, e seguiram trajeto pela Avenida Afonso Pena e pela Rua Espírito Santo, até chegar à Praça Sete, no Centro da Capital, onde o ato teve seu desfecho. A articulação aconteceu durante a semana e pediu o uso obrigatório de máscaras.

*Com informações Agência Estado e O Tempo

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