ARTICULISTAS

A sorte... e o Brasil

A Copa do Mundo já passou por aqui

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 16/07/2014 às 19:53Atualizado em 19/12/2022 às 06:53
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A Copa do Mundo já passou por aqui – igual tempestade de verão. Apesar de estarmos no nosso inverno. Todos os meios de comunicação gastaram energia, comentários e cronistas, que também imitaram tempestades em três episódios: antes, durante e depois da Copa. No antes, havia entusiasmos na imprensa, um pouco de medo do desconhecido, mas aquela euforia verde-amarela do Brasil. No durante, a bandeira apenas amarelou – o nosso time era enorme desconhecido das ruas, jogadores e famas de outros países e mundos. No depois, o acontecimento confirmou o que os trovões anunciavam: nosso time desconhecido, desigual e heterogêneo, não estava à altura de Copa do Mundo brasileira. De conhecido mesmo o que se via era o Felipão dando e repetindo palestras de ufanismo ridícul não é nada, minha gente, nosso time vai liquidar a fatura na segunda rodada... Nada disto, papo furado, entra a Alemanha e liquida a fatura numa goleada dolorida e inesquecível. O expresso alemão seguiu em frente, e leva a taça. O nosso Brasil, não acabado, acaba-se na sua última rodada, perdendo para a Holanda: uma raiva e decepção para a soma final do futebol Felipão da Silva – felizmente destinado ao esquecimento. A história, contada assim tão simples, acabou-se – nós apenas restamos em dor de cotovelo. Eu, então, mais do que vocês felizardos desta copa segunda no Brasil. Já contei que assisti à primeira, no Rio, ano 1950. Agora, já sei... esta é a última. De comentário sobre por que perdemos, acho fácil. Na Copa de 1950, o Brasil deu um baile. Tínhamos o melhor time do mundo, bailamos 7 a zero na Suécia, 6 a um na Espanha espetacular. E perdemos na farra e bebedeira vespertina, ninguém era guarda da rapaziada – uma final educativa e triste. Agora, tudo arrumado e vigiado, um país inteiro enquadrado e patriótico, belezas de toda sorte – os visitantes estrangeiros bateram palmas... penso que até para a nossa Dilma iriam acontecer. Uma infelicidade programada, toda a autoridade passada para nosso InFelipe... Em resumo, nesta Copa o que foi responsável e infeliz foi uma expectativa irresponsável e infeliz. Nós todos esperamos além da realidade: um time de jovens brasileiros, heterogêneos, mal conduzidos... e aquele espírito nacional sempre em vaidosa expectativa... Infelizmente, não somos nem fomos os melhores. Alea jacta est. Só em latim para não esquecermos: a sorte foi lançada...

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