ARTICULISTAS

A copa é nossa

Já escrevi por aqui aos meus amigos histórias que vivi

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 09/07/2014 às 13:29Atualizado em 19/12/2022 às 06:58
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Já escrevi por aqui aos meus amigos histórias que vivi na minha juventude desta nossa terra de Uberaba. Considero que em casos do nosso Triângulo sempre vivemos manifestações especiais, que a rigidez do centro de Minas não teve ou não permitiu contar. Ainda agora, que a Copa do Mundo chegou, ao final vou deixar uma lembrança recordada, talvez oportuna para os lances finais de campeonato. Alguém antigo (e eu neste meio) vai se lembrar do tempo dos circos que vinham a Uberaba prestigiar e ganhar um pouco da nossa grana, o que não é fácil. Certa vez, o circo Piolim (acho que era esse o seu nome) trouxe a atração especial, um grupo de feras africanas – nunca de onças brasileiras, que são desobedientes e temidas pelos domadores. Tinha um leão bem velho, preguiçoso, mas aterrorizante quando abria a boca e dentadura. Pois bem, mais pelo final do espetáculo, o domador – de dentro da enorme grade circular – apresentou o grande espetáculo, Único no Mundo, o seu leão gigante, que iria ser domado sensacionalmente e ao vivo pela sua jovem e linda filha. Houve um silêncio expectante, as luzes foram rebaixadas, o leão desceu de sua jaula e ficou em cima de um tamborete largo de tábua grossa. O cara do tambor começou o repicar solitário e temível, e o domador – pai – anunciou com voz temida de emoçã agora, amigos de Uberlândia (já naquela época misturavam nossas duas metrópoles). Amigos, a maior emoção, silêncio por favor! E deu uma batida no portão de entrada. Sob o tamborzinho arrepiado, a porta se abriu, e de lá entrou na jaula maior uma loura espetacular, de maiô curto e peitos fartos, que caminhou, destemida, rumo ao tal e assustador leão. Silêncio geral no circo, a expectativa de um final terrível. A moça subiu num tamborete, o tremido do povo ficou apavorado. O big leão desceu do seu altar e veio rosnando e língua suando, rastejando rumo à moça. Um silêncio terrível vazou o povo assistente... mas uma voz gaiata gritou da arquibancada: ah, isso eu também faço! O domador, p. da via, chamou: então vem cá, seu palhaço! É, o tal palhaço gritou de lá: vou, mas tira o leão pra fora! Bem, chega. Pra que esta história? Bem amigos, em final de copa, são vários os leões a aparecer. Se o Brasil for aquela loirinha bonita e gostosa, eu vou gritar com vocês todos o nosso “gran finale” – Tira os outros, Dilma, que a Copa é nossa!

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