CIDADE

Uberaba registra aumento de casos de violência contra menores em 2020

Denúncias de casos saltaram de cerca de 10,25 casos por mês em 2018 para média de 13 casos entre janeiro e abril deste ano

Michelle Rosa
Publicado em 18/05/2020 às 15:22Atualizado em 18/12/2022 às 06:25
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Foto/Pixabay

Promotor André Tuma se preocupa com possível aumento de casos durante isolamento social e reforça que é preciso denunciar por meio do Disk 100

No Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual (18), a Polícia Civil de Minas Gerais divulga o levantamento das ocorrências registradas em 2018, 2019 e entre janeiro a abril de 2020, relativas a situações ocorridas com crianças e adolescentes no estado. Em Minas Gerais, os dados de janeiro a abril de 2020 apresentaram redução, se comparados aos de 2019. No entanto, não deixam de retratar uma triste realidade. Por dia, 17 crianças e adolescentes sofreram algum tipo de abuso este ano. Em 2018, foram 22 vítimas diárias, e em 2019, foram 23.

Em Uberaba, segundo o levantamento apresentado, foram registrados em 2018 123 casos; no ano, seguinte 135; e em 2020, já somam 52. Os dados apresentados referem-se a diversos crimes sexuais praticados em todo o estado contra crianças e adolescentes, entre 0 e 17 anos.

De acordo com o Promotor de Justiça e coordenador da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação e dos Direitos da Criança e do Adolescente (CREDCA), André Tuma, ao longo dos anos campanhas são incrementadas para conscientizar as pessoas. “Não tem havido um aumento de casos, o que existe hoje em meu entendimento é uma maior conscientização da população e um maior acionamento da rede de proteção. Os casos que antes eram subnotificados, hoje ficam transparentes. Todos da sociedade temos essa função de proteção, quando uma criança é abusada, é violentada, essa violência não é só contra ela é contra todos nós, daí a conscientização das pessoas”, destaca o promotor.

Questionado sobre o distanciamento social, exigido por causa da pandemia do novo coronavírus, e os casos de abuso e exploração sexual infantil contra crianças e adolescentes, Tuma se diz preocupado e salienta que as denúncias podem ser realizadas pelo Disk 100.

“Essa situação de pandemia é preocupante. Primeiro porque os dados apontam que a grande maioria dos abusos acontecem dentro de casa e temos uma situação em que as pessoas deveriam estar isoladas que acaba propiciando que os abusadores passem mais tempo com as crianças. Em outro contexto com cotidiano normal, as pessoas têm uma série de atividades e esse contato entre abusador e vítima é menor. Não podemos deixar de destacar que as instituições de ensino também colaboram no auxílio à rede de proteção para identificar os casos de violência, acionando os órgãos responsáveis, e com a pandemia acabamos perdendo muito da nossa capacidade de conhecimento desses casos”, explica.

Ele destaca que um dos principais canais nesse período é o Disk 100, onde as pessoas podem fazer as denúncias de forma totalmente sigilosa. “O Governo Federal anunciou melhorias no tempo de recepção destas denúncias. Reforçamos à população que é fundamental denunciar e que só assim podemos parar esse tipo de violência. A questão da pedofilia é um desvio de comportamento, um distúrbio de ordem sexual, que não escolhe classe social, por isso é preciso acionar as redes de proteção”, conclui.

 

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