Há três anos sem radares, trânsito poderá ser controlado por câmeras

Foto/Fábio Braga

Há três anos sem fiscalização eletrônica, a Prefeitura de Uberaba sequer tem previsão de reativar os radares fixos no município. A expectativa era que o monitoramento por meio destes equipamentos seria reativado no primeiro semestre de 2019, mas o cronograma foi adiado para dar prioridade à implantação do programa Cidade Vigiada – que pode ser a forma de substituir os equipamentos. 

Em fevereiro do ano passado, a Companhia de Desenvolvimento em Informática de Uberaba (Codiub), por dispensa de licitação, ficou responsável por realizar os serviços de locação, manutenção dos aparelhos e o sistema de gerenciamento de infrações de trânsito. O valor da proposta foi de R$195 mil mensais, totalizando o valor de mais de R$7 milhões pelo período de três anos. Porém, até hoje não houve a assinatura da ordem de serviço e, consequentemente, o início da prestação do serviço pela Codiub. Na ocasião da publicação do ato de dispensa de licitação, a PMU justificou que a implantação do sistema se fazia necessária para educar o trânsito, a fim de evitar acidentes em locais potencialmente suscetíveis.

Um ano depois, os equipamentos ainda não entraram em operação. O presidente da Codiub, jornalista Denis Silva, confirma que ainda não foi dada ordem de serviço, “por isto não houve instalação” dos radares, diz. Ele também informa que a definição cabe à Prefeitura.

É praticamente certo que o programa Cidade Vigiada será utilizado para multas de trânsito, especificamente para avanço de sinal, e por este motivo a reativação dos radares estaria suspensa. Denis Silva explicou que é tecnicamente possível que as câmeras detectem avanço de sinal em horários predeterminados, que é um problema que tem se agravado em Uberaba. Porém, ele também esclareceu que o critério da utilização ou não nesse sentido é das forças de segurança pública.

Até o prefeito Paulo Piau (MDB) confirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã, que a tecnologia do programa Cidade Vigiada deve ser usada para identificar avanço de sinal, conversão em locais inapropriados e excesso de velocidade em algumas vias da cidade. Neste sentido, a reativação dos radares eletrônicos estaria emperrada para dar lugar às câmeras do novo programa implantado no município. 

Questionado sobre o assunto, o secretário de Defesa Social, Wellington Cardoso Ramos, por meio da assessoria de comunicação, disse apenas que informações sobre o assunto serão repassadas “em ocasião oportuna” e “amplamente divulgadas à imprensa”.