ARTICULISTAS

Elefante de circo

João Eurípedes Sabino
Publicado em 21/03/2014 às 10:25Atualizado em 19/12/2022 às 08:32
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Tenho passado por dias alegres e tristes ao mesmo tempo com relação à minha querida Uberaba. De um lado vejo a inauguração do majestoso Mário Palmério Hospital Universitário que, com justiça, pode ser classificado como obra projetada e construída com foco no futuro. Na solenidade procurei observar detalhes e os vi, mas pessoas me tocaram o senso quando comentaram que ele atende às normas técnicas, além de estar a milhares de metros do Cemitério São João Batista. Eh...

Por outro lado senti o baque quando foi noticiado que a empresa Copervale, descendo mais um degrau, paralisou a fabricação de alguns produtos e segue demitindo seus funcionários. É inadmissível ver uma instituição daquele porte ajoelhar-se diante das vistas do nosso povo e nenhum movimento envolvendo a sociedade tenha eclodido em seu favor. Onde estão os nossos verdadeiros representantes? E a imprensa tem sido colocada à margem. Por quê?

Em tempos recentes por muito pouco não perdemos a Superintendência Regional da Fazenda Estadual, ao argumento de que ela aqui era dispensável. Graças às gestões várias empreendidas, o ex-governador Aécio Neves recuou e o órgão aqui ficou. Idem para dirigente da Emater que, uma vez removido, foi retornado ao cargo pelo governador Antonio Anastasia.

Quanto ao campo político – não nos comparando mal –, temos atuado à imagem do elefante de circo que, sem saber da força que tem, deixa o domador lhe amarrar numa das patas uma fina corda de bacalhau. Depois põe o animal quase imobilizado junto a uma pequena estaca fincada no chão. Ali o monstrengo passa o tempo balançando a tromba, comendo e bebendo só o que lhe dão, sem sair do lugar. E saber que o elefante com sua força pode até desmontar o circo...

Assim tem sido nossa Uberaba. É dotada de força política, gera riquezas, recolhe altos tributos, possui reconhecido nível cultural, continua se expandindo, está em ótima localização geográfica, mas... não tem ido além disso. Estamos sendo tratados como região inexpressiva para não dizer descartável. É só olhar o volume de obras públicas aqui e compará-las com as de outras regiões. E volto à pergunta: onde estão os nossos verdadeiros representantes?

Para não receber o rótulo de pessimista, o que, aliás, jamais fui, e em respeito à ética, deixo de nomear aqui relação imensa de empresas que só não fecham porque seus donos têm o amor por Uberaba acima do próprio. Eles são brasileiros e não desistem nunca.

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