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Familiares da criança levaram a criança ao Hospital de Clínicas para exame com otorrino, mas não conseguiram o especialista
Família procurou a reportagem do Jornal da Manhã ontem para relatar falha no atendimento por parte da equipe médica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). De acordo com a denunciante, uma criança de três anos se feriu com um cotonete, no domingo (29/12) e só foi atendida por um especialista, particular, nessa quinta-feira (2).
A avó da criança contou que a família estava passando o fim de semana em um rancho, localizado em Água Cumprida, quando a menina saiu de perto dos pais, pegou um cotonete e enfiou no ouvido. “Ela estava coçando o ouvidinho e não percebeu que o algodão tinha saído e se feriu. Quando ela gritou, achamos que era uma coisa mais grave, então corremos com ela para o Pronto Socorro de Água Cumprida, fomos atendidos lá, só que o pediatra lá não tem recursos. Ele pediu para levar para Uberaba para verificar possíveis lesões internas”, afirmou.
Seguindo o conselho médico, a criança foi levada para o Hospital da Criança, em Uberaba, porém, a pediatra da instituição encaminhou a paciente para o HC-UFTM, onde deveria ser atendida por um otorrinolaringologista.
Já no HC-UFTM, a criança foi novamente examinada por um pediatra, que receitou um medicamento para evitar infecção e reforçou a necessidade de um médico especialista.
Conforme informou a avó da paciente, o plantonista foi acionado e alegou que somente faria o atendimento caso fosse um corpo estranho ou animal no ouvido. Por fim, o caso não foi solucionado e a criança voltou para casa sem passar pelo otorrinolaringologista.
A família teve que pagar uma consulta particular, agendada para essa quinta-feira (2), para garantir o atendimento. “Eu só quero que isso pare de acontecer, porque nós temos o recurso e as pessoas que não tem?”, desabafou a mulher.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa HC-UFTM e, por meio de nota, a instituição esclareceu que, no caso da paciente, de três anos, o próprio pediatra geral tem qualificação técnica para tratar. Ressaltou também que, nesses casos, o otorrinolaringologista só é chamando quando há presença de corpo estranho vivo (insetos) no ouvido ou objetos presos em vias aéreas e na garganta.
A nota diz ainda que “as escalas de plantão presencial, tanto no Pronto Socorro adulto quanto no infantil, contam com profissionais das clínicas gerais, médica, cirúrgica, ortopédica e pediátrica. As demais especialidades têm plantões de sobreaviso e os especialistas são chamados quando necessário”.