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Nem uma fagulha sou?

A luz, o mar, o sol, a terra / Outros planetas e galáxias

João Eurípedes Sabino
Publicado em 31/01/2014 às 20:46Atualizado em 19/12/2022 às 09:13
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A luz, o mar, o sol, a terra / Outros planetas e galáxias / Uns eu de longe vejo, outros imagino / Onde estarei aí com minhas diminutas dimensões? Quanto sou minúsculo / Diante da imensidão que me envolve / Comparando-me ao universo cósmico / Uma fagulha talvez eu nem seja.

Complexo de inferioridade ou coisa parecida, vão dizer que tenho, se eu confirmar que sou o autor dos versos acima. E sou, mas do complexo eu não padeço já que há quatro décadas venho estudando essa entidade chamada pensamento. Esse ente incorpóreo e invisível tem um poder de ação tal, cujo homem apesar do seu avanço não conseguiu sequer identificar. As bactérias, os vírus e as moléculas de substâncias várias capazes de ceifar-nos a vida, em nada podem ser comparadas com o potencial dos pensamentos. Ex: os confrontos entre países sempre nascem de um simples pensamento.

E continuamos pequenos. De um avião podemos observar lá de cima o homem. De certa altura o “reizinho” é visto na terra com tamanho menor do que a cabeça de um alfinete e quanto mais se distancia, o “tal” vai diminuindo... diminuindo... até desaparecer sem entretanto deixar de existir. Afinal, existo e não sou visto? Caramba!!! Então nem uma fagulha sou? Para quem é escravo da grandeza esse raciocínio decrescente leva à dor de cabeça. Leitor(a), eu não estou aqui pra isso!!!

Ninguém ousa negar que o universo foi pensado, executado e tem um dono. Esse dono, que a nossa ignorância dá nomes conforme as conveniências, mantém o controle absoluto de tudo e todos, saibamos disso ou não. Refiro-me ao Projetista, Calculista e Feitor da obra e não aos seus autointitulados representantes. Não entremos nesse mérito para convivermos bem. O que quero destacar é a nossa real pequenez microscópica diante da grandeza irreal que imaginamos ter. O gênero humano é grande sim, mas não como ele próprio se arvora em ser.

Peguei-me imaginando (e não pensando) sobre o meu tamanho diante Daquele, cuja certeza tenho de ter sido feito à sua imagem e semelhança. Num primeiro momento cresci, aumentei-me, viajei ao infinito, voltei e estou aqui na mesma. O importante é continuar crescendo... crescendo... crescendo sem nunca me esquecer da tal fagulha que não chegarei a ser.

Não é o caso de ser “humilde” só por isso e sim, mantermos o equilíbrio entre o grande e o pequeno que realmente somos. Se eu me inculcar com o assunto a ponto de querer uma avaliação pronta de Deus a meu respeito, algo imprevisível poderá me acontecer. Uma verdade desta ordem, apesar de ser sobre mim mesmo, é pesada e posso ser frágil diante da carga do que vou saber. Ele – Deus – é generoso, sabe das minhas limitações e só atenderá ao meu pedido depois que eu me capacitar. Isso é ser verdadeiramente Criador diante do criado. Assim o Magnânimo faz com todos os seus filhos, do mais ilustre ao menos notável.

E vamos seguindo a vida.

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