ARTICULISTAS

Sentido do suborno

Não fazer acepção de pessoas é uma importante virtude

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 26/10/2013 às 19:43Atualizado em 19/12/2022 às 10:29
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Não fazer acepção de pessoas é uma importante virtude, valorizando cada uma naquilo que lhe é próprio. Nesta dimensão, não cabem as atitudes de suborno, que não passam de uma prática desonesta e de injustiça. O suborno exalta a mentira e prejudica os indefesos e pobres, porque são “passados para trás” com o uso da esperteza.

Certas formas de agir podem ser um tipo de subornar a Deus. É o caso de sacrifícios perversos, oferecendo a Ele o fruto da exploração. Mas Deus não se deixa comprar por coisas materiais, escusas, e nem precisa delas. Podemos sensibilizar, sim, a Deus com um coração contrito e humilde, porque Ele atende justos e oprimidos.

Ser justo é ser amigo de Deus. Significa um coração que não é orgulhoso e nem despreza os outros. Na visão bíblica, “quem se enaltece será humilhado; quem se humilha será enaltecido” (Lc 18, 14). Há o perigo da autossuficiência que esconde culpabilidade, chegando a ofuscar a opressão e a exploração na sociedade atual.

Existem muitas trapaças financeiras com grande força de envolvimento. Alguém chega a dizer “graças a Deus que sou autêntico”, não passando de simples hipocrisia para ser visto com bons olhos pelos outros. É uma prática que pode ser detectada com facilidade tanto entre os ricos como também entre os pobres.

A humildade e o suborno são incompatíveis. Quem é humilde consegue reconhecer suas fraquezas e pecados. É capaz de pedir perdão, não importando o tamanho de seu erro, mas sim o nível de amizade com Deus. Quem pensa apenas em si mesmo e usa de más atitudes na convivência não é capaz de ser amigo de Deus.

Quem suborna age com a intenção de desviar o outro de seu correto caminho. É comprar ilegalmente a pessoa com a intenção de ter benefícios pessoais. Isto pode acontecer no nível econômico, político, social, Religioso etc. Podemos até dizer que suborno não é diferente de corrupção, porque ambos têm a mesma finalidade de prejudicar a pessoa alheia em proveito próprio.

(*) Arcebispo de Uberaba

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