Segundo pesquisa do de Mapa do Analfabetismo do Brasil, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2018, cerca de 7% da população ainda é analfabeta. Porém, o número é pequeno, comparado há quase três décadas atrás. Em 1900, 65% da população brasileira era analfabeta.
"Se avaliarmos os números, veremos que avançamos muito nos últimos anos", diz Maria Alice Junqueira, coordenadora de projeto de alfabetização do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). "No entanto, não podemos esquecer que temos em torno de 13 milhões de pessoas que não sabem ler, nem escrever."
Como observa Maria Alice, o Brasil demorou para "universalizar a ensino, isso só ocorreu aqui no século 20, países vizinhos da América Latina começaram esse processo no século 19."
O Brasil, de acordo com uma pesquisa elaborada pela ONU (Organização das Nações Unidas), ocupa o 8º lugar no mundo com número de adultos analfabetos a frente da Indonésia e Congo.
"Temos o desafio de garantir que todas as crianças matriculadas na escola sejam alfabetizadas na idade certa", observa Maria Alice. "O segundo ponto está em elaborar em políticas públicas e investir na infraestrutura, na formação e carreira do professor."
É possível? O Ceará é uma referência de sucesso na educação com a aplicação do Paic (Programa de Alfabetização na Idade Certa) implantado no estado em 2007. O resultad em 2007, 21,4% dos estudantes do 5º ano tinham aprendizado adequado para a série em língua portuguesa e o Estado ocupava a 15ª posição no País. Já em 2017, o número saltou para 65,7%. E passou a ser o 6º melhor do Brasil nesse aspecto. "Um exemplo que mostra que é possível avançar", diz Maria Alice.
*Com informações R7