POLÍTICA

Governo aprovou pedido de autorização da Vale para obras que colocavam a barragem em risco

Mineradora obteve licença em dezembro para fazer explosões e usar equipamento pesado no complexo onde ocorreu a tragédia

Publicado em 10/02/2019 às 19:34Atualizado em 17/12/2022 às 18:06
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A Vale obteve autorização do governo de Minas Gerais para um projeto de expansão das minas do Córrego do Feijão, onde o ocorreu o desastre em Brumadinho. A autorização veio pouco mais de um mês antes da tragédia provocada pelo rompimento da barragem, que deixou 165 mortos até o momento. Além do complexo no Córrego do Feijão, o governo autorizou expansão também em Jangada, que também integra o Complexo Paraopeba.

No entanto, as obras contrariavam algumas recomendações de segurança previstas no relatório da consultoria TÜV SUD, segundo engenheiros. O laudo elaborado pela empresa alemã em julho de 2018 atestava a estabilidade da estrutura, mas detectou problemas no sistema de drenagem e fez ressalvas – a estabilidade do alteamento estava no limite de segurança das normas brasileiras.

O estudo alemão recomendou à mineradora ações para aumentar a segurança e evitar a liquefação, fenômeno verificado quando um material rígido passa a se comportar como fluido e uma das possíveis causas do rompimento da barragem em Brumadinho.

O documento da consultoria recomendou:

• proibir explosões nas redondezas da mina;

• evitar o tráfego de veículos e equipamentos pesados;

• impedir a elevação do nível da água na estrutura.

Já o licenciamento para expansão das minas aprovado em 11 de dezembro pela Secretaria do Meio Ambiente (Semad) de Minas Gerais previa:

• uso de explosivos;

• retroescavadeiras para remoção mecânica de rejeitos;

• caminhões de grande porte para transportar materiais.

Em contrapartida, a Vale afirmou, em nota, que apesar de obter a licença para continuidade das operações na mina Córrego do Feijão e expansão da mina Jangada, “nenhuma das atividades licenciadas foram iniciadas pela Vale”.

"No relatório emitido pela Tuv Sud em junho, não existe a recomendação expressa de paralisação das operações das minas. Essas detonações, portanto, eram realizadas de forma monitorada na cava das minas de Córrego do Feijão e de Jangada, estando de acordo com as recomendações da auditoria”, disse a mineradora.

*Com informações do G1 Minas

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