Meu caro amigo leitor, aqui estou ainda vivo pela graça do Criador, continuo respirando. Até que enfim o processo eleitoral encerrou. Não aguentava mais aquelas musiquinhas o dia inteiro, a semana inteira, cabos eleitorais atrapalhando nas calçadas, dificultando a normalidade do já conturbado trânsito da nossa urbe. Acompanhei a postura dos dois candidatos, ouvi o programa eleitoral no rádio, li material de campanha, debates no rádio, televisão, participei do debate que ocorreu na Câmara Municipal, enfim, posso alegar que estive bem antenado.
Todavia, não posso deixar de mencionar o nível da campanha. Em vários momentos ocorreram caneladas dos dois lados, propostas mirabolantes, buscar água no rio Grande em 100 – cem – dias. Só se for de caminhão-pipa! Aliás, de caminhão-pipa busca em duas, ou três horas. Sem chance, ilustre candidato. Isentar alguns consumidores do Codau, o que acarretaria de imediato? Uma redução de 70% na arrecadação, ou seja, quebraria em menos de 2 – dois – meses. Qual empresa que sobrevive se sua arrecadação da noite para o dia é diminuída em 2/3? E as despesas mantidas! Percebe-se, nitidamente, que não é proposta plausível, uma verdadeira brincadeira de mal gosto para não dizer outra coisa. Redução de IPTU, criação de 5.000 vagas, de imediato, no Ensino Fundamental em período integral. Pense bem caro leitor e eleitor se tal medida é possível de ser executada imediatamente! Outra brincadeira de mau gosto! Tentou postar-se como candidato dos pobres, o outro dos ricos e coronéis. Tá de brincadeira novamente, falar em coronelismo nos dias atuais. O que é coronelismo hoje? Que são os coronéis? Dê nome aos bois. Se tal fenômeno ainda existe, o que não acredito, o ilustre coordenador da campanha do candidato é o filhote mais vivo e proeminente desta casta alegada. Advirto, nos dias atuais, não acredito nesta falácia de coronelismo, muda o discurso, vai estudar! Pense grande! Querer incutir no eleitorado essa máxima de rico e pobre, isso faz parte do passado. Ficar falando mal de fazendeiro, o que seria da sociedade sem o homem do campo, que luta diuturnamente na produção de alimentos, energia e riqueza para o país. Daí vem o título dessa mensagem: vai jogar torrinha! Fiquei sabendo que o ilustre candidato gosta de jogar torrinha. Acredito ser uma atividade salutar se praticada de forma moderada, sem arroubos, com tranquilidade e paciência, não se esquecendo de outras atividades – estudar, ser educado, urbanidade, ter uma visão eminentemente técnica sobre alguns assuntos e ter assessoramento adequado. Aí, sim, pode continuar jogando sua torrinha com os amigos da quadra do futebol – o Feijoada, a Vovó Mafalda, o Cebolado, o Vitrola, o Cocão, etc etc! Todas as pessoas dignas e honradas, de bem e do bem, verdadeiros cidadãos na própria acepção da palavra, nada contra.
Ademais, depois da eleição, onde saiu derrotado e reconheceu tal condição, vem alegar compra de votos por parte do seu adversário. Está brincando novamente, a ponto do seu coordenador de campanha ter criticado e se, consultado, não aprovaria tal atitude. Vai jogar torrinha, candidato, pensar e repensar suas atitudes. Acate o meu conselho, é de uma pessoa que o admira e reconhece suas virtudes.
(*) Advogado criminalista e professor universitário
