Caro leitor, aqui estou uma vez mais para escrever sobre o mensalão e outras intercorrências. Quero salientar para os companheiros e cumpanheiros, que não fui eu que inventei o nome. Neste momento, alguns mensaleiros estão aliviados, pois foram absolvidos graça ao chamado voto de Minerva. Vão rezar pra dita deusa pelo resto da vida; outros condenados, inclusive, correndo sérios riscos de ir para a mansão dos inconformados, em linguagem acessível: penitenciária! Quando do início do processo, lá pelos idos de 2006/7, confesso, imaginei que não iria dar em nada, ninguém seria punido. Creio que estava enganado. Já no final, mais de vinte condenações, algumas figuras “ilustres” – Os Josés Dirceu e Genoíno, João Paulo Cunha, Delúbio Soares, Romeu Queiroz etc. Os quatro primeiros, velhos conhecidos do PT e do ex-presidente Lula. Disso ninguém tem dúvida. Amigos próximos, do dia a dia, inclusive, o primeiro – Zé Dirceu – era o grande cardeal do partido. Tinha o apelido de Super Zé, o todo poderoso, bem coladinho na sala do ex no palácio do Planalto, vizinhos do mesmo prédio e andar, coincidência do caso e do acaso! O superministro de todas as horas! Particularmente, entendo, se não tivesse ocorrido tal acidente – processo do mensalão –, foi ou não foi um acidente de percurso? O Super Zé seria o preferido do Lula para disputar a eleição de presidente. Imagine, caro leitor: o primeiro com o nome de Luiz, o segundo com Zé, não seria o máximo, caro leitor, para Presidente da República o nosso Super Zé! Ah, seria o máximo num país tropical abençoado por Deus e pela natureza, mas que beleza! Quantos mensalões, quantas comissões da verdade, quantas bolsas famílias. Ah, como DEUS foi cruel com o povo brasileiro. Estragou o nosso sonho de ter o Super Zé como presidente. Estou até acreditando que DEUS não é brasileiro.
Todavia, não podemos ficar tristonhos, a vida continua. Os nossos amigos mensaleiros vão dar outro “P”, para o mundo da criminalidade e da marginalidade. Conhecemos quatro “P” – preto, pobre, prostituta e policial de baixo coturno. Aqueles que sustentam divisas nas ombreiras são exceções – são esses os quatro “P” que habitam o vale dos esquecidos – é como chamo o sistema prisional brasileiro, uma verdadeira pocilga, aparelho estatal da degradação do ser humano. Quem sabe tendo esse pessoal como hóspede, o novo “P” – político – essa gentalha – os quatro “P” possam merecer melhor atenção das autoridades constituídas.
PS: Domingo teremos eleição para definir o novo prefeito da nossa cidade, um fato da maior relevância. Coisa séria. Não podemos brincar com o nosso voto. Tem candidato prometendo que vai buscar água no rio Grande em cem dias. É bem capaz que não consiga, nesse prazo, os primeiros trâmites que a legislação ambiental impõe. Deve estar brincando com o eleitor! Se é que possa chamar isso de brincadeira. Isto tem outro nome. Deixo de citar em respeito ao leitor. Diz, também, que de imediato vai criar mais 5.000 – cinco mil vagas de período integral no Ensino Fundamental. Novamente, ’tá subestimando nossa inteligência. Não vai cobrar taxa d’água de determinados consumidores, do mesmo modo IPTU, enfim, promessas e mais promessas, dizendo que o governador prometeu que vai dar o maior apoio. Então ’tá, eu acredito! Estão de brincadeira, repito! O IML conseguiu consertar a geladeira onde guarda os cadáveres. Fizeram a maior festa, colocaram até no jornal! Os pneus do rabecão apareceram, outro estardalhaço. Onde está o programa Olho Vivo? Onde está uma unidade educacional da UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais – em Uberaba? Enfim, temos que votar! Façamos uma reflexão e vamos dar o troco nos governantes de Belo Horizonte. Seja bem-vindo o novo “P”.
(*) Advogado criminalista e professor universitário
