ARTICULISTAS

Abstenção e Abstinência

Caro amigo leitor, aqui estou novamente

Leuces Teixeira
Publicado em 11/10/2012 às 00:39Atualizado em 19/12/2022 às 16:57
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Caro amigo leitor, aqui estou novamente para alegria de alguns e tristeza de outros. De uma coisa tenho certeza: vou continuar escrevendo, expondo minhas ideias, dando minhas opiniões, sempre me pautando pelo respeito e pela urbanidade. Essa é a regra básica do jogo democrático. Feita esta introdução, vamos ao tema de hoje. Esclareço, primeiramente, que tem a ver com o fator chamado eleição da nossa Uberaba, ocorrida no domingo, 7 de outubro. Num futuro bem próximo, vou falar de outra eleição, ou seja, a da nossa OAB – 14ª Subseção –, que vai ocorrer no dia 24 de novembro.

Pois bem, consultando o dicionário Houaiss, vamos ao primeir abstenção, ato ou efeito de abster-se, privação, renúncia do eleitor ao direito e dever de votar. Aliás, aqui neste país tropical e abençoado por DEUS, o ato de votar é obrigatório, sob pena de sanção; abstinência: ato de abster-se, de privar-se do uso de alguma coisa – alimentos, bebidas, preceitos religiosos, privação voluntária dos desejos sexuais etc. Voltando ao assunto eleição em Uberaba, o número de eleitores que não compareceram foi de 38.646 – abstenção de 18,11%. Se o candidato abstenção tivesse no páreo eleitoral, iria disputar o segundo turno. Mais ainda, somando brancos e nulos, tem-se 16.927 eleitores, somando com o candidato “abstenção”: 55.573 eleitores, um verdadeiro campeão de votos – primeiríssimo lugar!

Daí qual a mensagem, qual avaliação desse número exorbitante de descrentes e apáticos com a política? Muitas são as respostas, iria precisar de um espaço bem maior. Imagine se o voto não fosse obrigatório, onde iríamos chegar? O dobro do número acima citado, na casa de 100 mil eleitores, ou mais? Quem teria a resposta? De uma coisa tenho certeza, é uma situação desalentadora; dentro desse contexto, qual faixa etária está desiludida com a política, o jovem eleitor, o mediano, o idoso? Quais as consequências dessa apatia? Vamos dar oportunidade para o político aproveitador ou continuar na mesmice de sempre. O leitor que me acompanha neste espaço sabe que sou professor universitário e advogado criminalista atuante. Desculpe a modéstia, mas é a verdade, isento de qualquer vaidade. É triste, muito triste chegar numa sala de aula do curso de Graduação ou do preparatório da OAB, onde também leciono, e indagar qual o primeiro presidente civil da primeira República eleito pelo voto direto no Brasil e ter como resposta Fernando Collor de Figueiredo. Aí, meu caro leitor, não tem tatu que aguenta, e olhe que esse quadrúpede vai ser o mascote da nossa seleção. Temos muito que caminhar, é uma caminhada longa, mas não podemos desistir. Eu não entrego os pontos. Com muita dificuldade, vou para a sala de aula e procuro dar o meu recado. Não é uma tarefa fácil num país com tantas desigualdades sociais, sem políticas de inclusão social. Daí, salvo melhor juízo, peço aos futuros vereadores eleitos que façam política com “P” – isso mesmo, com P maiúsculo. Não venha com essa conversa fiada da base aliada, esse nome: base aliada, hoje é sinônimo de quadrilha, tal qual descrito no Art. 288 do Código Penal Brasileiro. Veja o MENSALÃO! Está dando o que falar, ponha a barba de molho, ainda não acabou.

Finalizando, caso permaneça esse quadro nefasto, não vamos falar no número de abstenção, mas sim em abstinência quanto ao exercício do voto, a única arma legal que o cidadão de bem possui em desfavor desses nocivos politiqueiros que aí estão. Caro leitor, não deixe de votar! Vote consciente, não se abstenha!

(*) Advogado criminalista e professor universitário

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