ARTICULISTAS

Nova era das eleições

A votação terminou às 17 horas. Duas horas depois

Mário Salvador
Publicado em 09/10/2012 às 04:56Atualizado em 19/12/2022 às 16:59
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A votação terminou às 17 horas. Duas horas depois, muitas cidades já conheciam seus resultados; e, um pouco mais tarde, quase todas as cidades do Brasil. É o milagre da urna eletrônica. Uma porcentagem mínima das mais de quatrocentas mil urnas do Tribunal Superior Eleitoral precisou ser substituída por apresentar problemas.

Foi-se o tempo em que cada presidente de seção, encerrada a votação, lacrava a urna e a levava, em Uberaba, ao Ginásio Sérgio Pacheco. Ali ficavam todas as urnas, sob a proteção de militares, até o dia seguinte, quando eram instaladas as juntas apuradoras de votos. O juiz Eleitoral abria a primeira urna e proclamava o primeiro voto. (Cabia também a ele anunciar os vencedores do pleito.) Em seguida, cada junta apurava urna a urna. Calculadoras ajudavam nas somas. Em algumas eleições, o trabalho se estendia por uma semana, sempre até às 22 horas.

No ginásio, o barulho ensurdecedor e o calor, provocados pela aglomeração de cidadãos e pela torcida por candidatos, eram flagrantes. Rádios faziam transmissão ao vivo. Jornais impressos iam publicando resultados parciais. Em determinada eleição, as juntas foram mais ousadas: fizeram a apuração logo ao final da eleição. Foi sufocante!

De repente nos vemos frente a frente com a urna eletrônica, novidade de início muito criticada, recebida com desconfiança por técnicos, que temiam por fraudes. Entretanto, o sistema, único no mundo, acabou se mostrando extremamente prático, rápido e seguro.

Cidadãos venezuelanos, também em 7 de outubro, participaram de eleições. (Escolheram seu presidente.) Saíram com dedos sujos de tinta, medida para evitar fraudes, como a de eleitor votar mais de uma vez. Já no Brasil eleitores saíram com mãos limpas no bom começo, pleno em ganhos para o povo, sob a tutela da Lei da Ficha Limpa, que baniu alguns políticos do processo. Nenhum brasileiro votante ficou com dedos sujos, mesmo nas cidades onde já se implantou o sistema biométrico, método automático de reconhecimento individual, que usa medidas biológicas, como as impressões digitais, para identificar o eleitor.

Hoje temos a certeza de que a urna eletrônica pode render divisas para o Brasil, com a venda do sistema para países que queiram entrar nessa onda. Agora só precisamos saber vender esse peixe... urbano, que tem o tamanho do Brasil.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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