Não importa o lugar onde estamos
Não importa o lugar onde estamos, o importante é saber o que estamos fazendo nele. Na opulência de um palácio ou sob a frieza de um viaduto, quem mora nos dois locais pode ou não, estar vivendo dias felizes com a consciência.
Essa prova é fácil de ser obtida, já que o morador do viaduto e o palaciano têm seus comportamentos e, nenhum dos dois consegue se ocultar do mundo. A vida dita isso com sua transparência.
No dia 09/07/2012, a imprensa e as redes sociais mostraram o exemplo raro do casal Sandra Regina Domingues e Rejaniel de Jesus Silva Santos vivendo sob o viaduto Azevedo em São Paulo. Provaram os dois que o dinheiro traz sim a felicidade se for ganho honestamente. Achar vinte mil reais em dinheiro vivo hoje, chamar a Polícia Militar e devolvê-los ao dono – Miguel Kikuchi - não é para qualquer um.
Aquele sofrido casal hóspede do viaduto suportou a dura pressão de pensamentos tentadores e para não ficar só aí, foi ameaçado de morte. “A gente nasce sem saber e morre aprendendo”, disse Rejaniel assediado pela imprensa, enquanto que a sua companheira Sandra, afirmava: “Eu não teria mais paz se ficasse com o dinheiro.”
Desse episódio o que fica? Há pessoas milionárias por dentro. Suas fortunas são inesgotáveis e, por isso, podem doá-las ao mundo, qual seja, o bom exemplo. Rejaniel e Sandra moram num palácio aberto sob um viaduto onde os bons princípios são seus súditos e guardiões.
(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro