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Memória

Sem fundamento, se tem que os sentimentos residem no coração

Manoel Therezo
Publicado em 14/07/2012 às 19:13Atualizado em 17/12/2022 às 09:04
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Sem fundamento, se tem que os sentimentos residem no coração. Não é verdade. Esse órgão não se destina a essa função. Todos os sentimentos misteriosamente residem no cérebro. Tanto é que, quando este apresenta deficiência, os sentimentos não são manifestados, enquanto o coração pulsa normalmente. Segundo informações científicas, o cérebro humano médio pesa um quilo e meio e que, um computador para guardar o que um cérebro médio guarda, haveria de possuir o tamanho de um prédio de dez andares. Informam que o cérebro trabalha normalmente a vida toda. É questionável que a Memória sofra deformações na idade avançada, a menos que a criatura seja doente. Também, não se tem notas científicas de cansaço ou de envelhecimento cerebral. Mesmo assim, o juízo formado prevalece. Se um jovem ao se despedir de uma visita, esquecer onde deixou o guarda-chuva(s), o seu esquecimento passará sem qualquer observação. Todavia, se o mesmo acontecer com uma criatura idosa, haverá quem diga: Parece que já está caducando. O que ocorre na idade avançada e que é normal, é a lentidão na velocidade da Lembrança, embora o esquecimento tenha causas várias, sendo as mais comuns, o momento Emocional e a falta do Convívio com aquilo que se almeja lembrar. Esse esquecimento por não ser progressivo, tem sido denominado de Estacionário. Na memorização imprescindível como no magistério, a melhor escora é a técnica da *mnemônica, que se fundamenta numa frase cujas letras iniciais favoreçam a lembrança dos nomes desejados. Para exemplo, quando se falava da composição do esmalte dental, os nomes de seus 13 elementos eram lembrados pela primeira letra de cada palavra da frase mnemônica: Com faca afiada, Maria saiu pela casa falando em cortar; ferro, silício, zinco. Seria entã Com (cálcio) Faca (fósforo) Afiada (Anidrido carbônico) Maria (Magnésio) Saiu (Sódio) Pela (Potássio) Casa (Cloro) Falando (Flúor) Em (Enxofre) Cortar (Cobre), Ferro, Silício, Zinco. Apenas esse três; Ferro, Silício e Zinco, fora da frase mnemônica. Não se fez sigilo da frase, podendo cada um criar a sua. Mencionam que a forma mais eficaz para manter a Memória, é exercitá-la através de atividade que exija raciocínio, deixando de anotar pequenos lembretes que possam levá-la ao acomodamento. Para o seu embotamento em qualquer idade, não será preciso mais que uma poltrona e um aparelho de televisão. A mais injuriosa causa para com a Memória é a má irrigação sanguínea cerebral. Não se excluem também, os soníferos que causem distonia e as bebidas alcoólicas. Na história da literatura e da música, há exímios pianistas como Artur Rubinstein, que aos 89 anos, apresentava recitais magníficos. Mesmo não bem enxergando, se recorria da Memória. George Bernard Shaw, até aos 94 anos, foi considerado o maior dramaturgo britânico. Em seu centésimo aniversário, Michel Chevreul, publicou obras sobre a teoria da matéria. Bertrand Russell, filósofo inglês, enfrentou debates públicos com Lindon Johnson aos 90 anos. A ciência afirma que a Memória quando exercitada, estará com o homem ao longo de sua existência.

*Mnemônica - grafia correta. O mesmo que Mnemônica.

(*) Odontólogo; ex-professor universitário

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