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Por tudo também...

Nenhum dos amores que temos é maior que o amor à vida

Manoel Therezo
Publicado em 07/07/2012 às 19:45Atualizado em 19/12/2022 às 18:39
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Nenhum dos amores que temos é maior que o amor à vida. Mesmo aquele preso ao leito, mesmo aquele sobre a cadeira de rodas, mesmo aquele sob o balão de oxigênio, deixa de amar a vida. Em momento algum, outro amor é maior que esse amor. Ninguém luta por outra coisa, como se luta pelo amor à vida. Quando a sua continuidade se manifesta findar, até no impossível busca-se a força que restar. De onde vem esse enorme apego, esse desejo sem limite de prolongá-la no mais que puder? Por que a vida nos é tão necessária mesmo preso ao leito, a cadeira de rodas, ao balão de oxigênio? Que mistério tem que nos empurra por vezes mesmo sem esperança, ao bisturi que busca também incerto reforçar em nós, o fôlego que já não mais resiste? O que será a vida? Um dever assumido em vir e prosseguir até não mais restar ânimo, até não mais restar força e coragem para mais um passo? Será a vida um momento nos estágios da Perenidade porque é Lei Divina? Grande verdade nos diz que esse amor que interrogamos, sábia e inteligentemente, está dentro de nós como compromisso assumido—e quem poderá nos dizer que tal compromisso apenas seja uma filosofia? A voz da consciência nos fala sem subterfúgio, que algo se espera a nos ocorrer para findar mais uma etapa dos nossos percursos evolutivos. Dos percursos Evolutivos, sim... Da Vida, não... Nada melhor que acreditar que a morte apenas seja o desdobramento do existir humano. Se assim não for, se novo momento que se espera for uma quimera, a humanidade ainda não se aclarou que o sentido da vida lhe é o maior dos engodos. Por tudo, acreditamos que Deus não criaria o homem para um viver temporário e depois deixá-lo morrer. Não seria isto um feito para a Sua inteligência. Nada se cria sem o intento de assistir a sua grandeza. Também na criação do “HOMEM,” o Senhor desejou assisti-la. O “Homem” não nasceu tão só para os temporários contornos ilusórios do corpo material. Já não é mais tempo de se olvidar disto. Não fomos criados para morrer... Por grosseira analogia, assim como um engenheiro pensa e cria um projeto e não o deixa morrer, Deus também não, porque, para Ele, o homem também é um projeto. Não deverá morrer. Qual engenheiro projetista não se sentirá frustrado se o seu projeto morrer? Por tudo, lhe será um fracasso. Também Deus, o grande projetista, não se sentirá feliz se ao Homem, razão maior do seu grande projeto, acontecer o mesmo. Por tudo também, Lhe será um fracasso.

 (*) Professor universitário e dentista aposentado

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