Lembranças

Nossas lembranças são assim: fatos aparentemente simples se tornam inexplicavelmente definitivos.

Em 1972, com o apoio da diretoria do Jornal da Manhã, lançamos a página semanal Hora do Recreio e, em seguida, o Clube do Tio Mário, que teve mais de quatro mil sócios. Ataliba Guaritá Neto, o Netinho, que toda a cidade e região admirávamos, disse-nos, referindo-se a esse nosso trabalh “Parabéns! Você está cultivando leitores.”

Já com o jornal e a gráfica funcionando em nova sede, chegou a época de uma eleição para prefeito e vereadores. E algumas circunstâncias, aliadas ao fato de apresentarmos o programa Roda Gigante na TV Uberaba, animaram a diretoria do Jornal a nos fazer candidato a vereador.

Dois acontecimentos nos marcaram, então. O primeir Netinho declarou sua simpatia por nosso slogan de campanha: “A Câmara precisa de um Salvador.” E o outr Todos os dias, escrevíamos uma crônica no jornal. E numa manhã recebemos o telefonema de uma das Irmãs do Carmelo. Ela nos comunicou que a Madre Superiora gostara da crônica do dia. E também que as Irmãs sabiam de nossa candidatura e que estavam rezando por nós. Ousamos perguntar se estavam rezando pela nossa eleição. E recebemos uma resposta providencial, nos dois sentidos (1. oportuna; 2. que partiu da Providência divina): “Não. Estamos rezando para que aconteça o melhor para o senhor.” E, graças às orações das Irmãs do Carmelo, não vencemos a eleição. Só nos resta agradecer a elas por tamanha eficiência nas orações!

Nossa memória, depois de algum tempo, pode não ser assim uma Brastemp, entretanto, o valor de certas histórias para nossa vida explica o porquê de elas se tornarem indeléveis.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro