ARTICULISTAS

Brasil sem miséria

Os esforços da presidente Dilma para acabar com a miséria

Mário Salvador
Publicado em 29/05/2012 às 19:44Atualizado em 19/12/2022 às 19:26
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Os esforços da presidente Dilma para acabar com a miséria no Brasil têm alcançado resultados satisfatórios. Mas será que os programas têm contemplado todos os brasileiros que necessitam de apoio?

O programa Bolsa Escola, genial ideia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com a destinação de uma verba para as famílias que conservassem os filhos menores na escola, foi aproveitado pelo presidente Lula, que o transformou no Bolsa Família, com maior alcance no auxílio às famílias carentes, ainda em grande número no Brasil. E, agora, dando maior força ao programa de ajuda às famílias carentes, a presidente Dilma lançou o programa Brasil sem Miséria, cuja meta é retirar mais de 16 milhões de pessoas da situação de pobreza extrema.

Talvez seja este o momento de o governo lançar um olhar crítico para a situação dos aposentados do setor privado, que, a partir do governo FHC, começaram a andar pela Via Crucis, rumo ao calvário.

Ao desvincular o aumento do salário mínimo do aumento das aposentadorias, estas receberam aumento bem menor do que aquele oferecido ao mínimo, o que criou uma situação desesperadora para quem vive exclusivamente dessa fonte de renda e que, na maioria das vezes, não tem mais condição de continuar na ativa. Essa lei deveria ter sido promulgada com um artigo especial, ressalvando que a medida seria adotada “para as aposentadorias concedidas a partir da publicação desta lei”. Sem ser pego de surpresa, haveria como o trabalhador se prevenir, pois ainda teria energia para isso.

Ao longo dos anos, os valores das aposentadorias minguaram. Milhões de aposentados que recebiam acima do salário, hoje recebem apenas salário mínimo. É certo que o aumento de um real para cada aposentado representa milhões para a Previdência Social. Então, a Previdência economiza milhões, mensalmente, com a defasagem das aposentadorias. Milhões, relembremos, saídos do bolso dos aposentados, que são chamados de ônus demográfico.

Muitos já não conseguem arcar com os custos de tratamento e remédios caros de que necessitam e já deixaram de pagar planos de saúde, também invariavelmente caros para os de mais idade.

O plano Brasil sem Miséria é uma boa ideia. Agora é preciso olhar também para os aposentados com carinho, ou, no Brasil que se pretende que seja sem miséria, eles se tornarão miseráveis.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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