ARTICULISTAS

Nossa Senhora de Fátima

Meu caro Irmão Silas,

Mário Salvador
Publicado em 22/05/2012 às 19:48Atualizado em 19/12/2022 às 19:34
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Meu caro Irmão Silas,

Que você e a família se encontrem com saúde e disposição.

Desejo dizer-lhe – e vou logo dizendo – que a Igreja de Fátima, cá no bairro Estados Unidos, está novinha. Além das restaurações em suas obras de arte e de uma cuidadosa reforma no prédio, que lhe devolveram sua simplicidade e beleza originais, recebeu muitos melhoramentos; tem até ar-condicionado. Um luxo na simplicidade!

Aos sábados e domingos, a paróquia está em festa, até 10 de junho. Frei Filomeno e frei Cármine, e os festeiros e voluntários nos acolhem com carinho. Apareça por aqui, assista à missa das 19 horas e traga um dinheirinho para, logo após a missa, você passar bons momentos na quermesse. Se não ficar para o leilão, pode deixar o dinheirinho no cofrinho da Igreja.

Mas a quermesse me remete a Portugal, onde Carmen e eu gostamos de estar, especialmente em maio de 2007, ano em que Portugal comemorou, com brilho, os noventa anos da primeira aparição de Nossa Senhora aos pastorzinhos Lúcia, Francisco e Jacinta. Mesmo estando perto de Lisboa, não nos foi possível ir a Fátima naquela época, pois autoridades faziam apelos a todo instante, pela televisão, para que os peregrinos não mais se dirigissem ao Santuário, uma vez que lá já havia cerca de quinhentas mil pessoas! Felizmente, como já lhe escrevi, havíamos visitado anteriormente o Santuário, a Cova da Iria e a aldeia onde viviam as três crianças que tiveram a alegria de ver e conversar com Nossa Senhora.

Outro fato que me veio agora à lembrança, caro irmão, foi a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Brasil. Uberaba já captava imagens da TV Tupi, graças ao trabalho da Associação Comercial e Industrial de Uberaba. João, nosso pai, português de Ançã, simpática cidade perto do Porto, estava comigo na sala e acompanhávamos a chegada da imagem ao Rio de Janeiro. Pelas ruas, um mar de gente seguia o andor com a imagem da Santa. Deixei por breve momento a sala. Ao retornar, fiquei estático diante da cena que vi: o velho português, então de costas para mim, sustendo a cabeça com as mãos, e com os cotovelos apoiados na mesa, soluçava de sacudir o corpo. Era, sem dúvida, saudade! Saudade da Santa, de Ançã, dos familiares, dos mares, de Portugal! E eu, agora, com saudades do nosso velho pai. Caramba, mano, saudade dói!

Fique com Deus e venha ver a nova Igreja de Fátima. Não podendo vir, mande um representante. Com uma oferta, claro.

Abração e lembranças a todos os seus, que tanto estimo.

Seu irmão Mário.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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