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O preço dos novos estádios

Recente estudo, promovido pela Brunoro Sport Business (BSB), revelou que os estádios

Aristóteles Atheniense
Publicado em 29/03/2012 às 20:33Atualizado em 19/12/2022 às 20:31
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Recente estudo, promovido pela Brunoro Sport Business (BSB), revelou que os estádios em fase de construção em Cuiabá, Natal, Brasília e Manaus, para a Copa do Mundo, somente serão pagos de hoje a 198 anos.

Esta avaliação foi feita considerando o atual nível de renda de cada estado, mesmo que haja um aumento de faturamento decorrente da publicidade e locação para eventos artísticos.

O estádio Mané Garrincha, na capital federal, orçado em R$ 671 milhões, só estará pago no próximo século.

O das Dunas, em Natal, cujo custo importará em R$ 400 milhões, somente estará quitado daqui a 155 anos, segundo uma previsão otimista.

Quanto ao de Manaus, avaliado em R$ 499,5 milhões, só ocorrerá o retorno do valor despendido em sua construção passados 198 anos.

A obtenção de novas receitas, após a Copa do Mundo, tornou-se um imperativo, pois, se os ingressos forem majorados, haverá o risco de afastamento do público, cujo comparecimento maciço só acontecerá nas competições de maior relevo.

Passadas as Olimpíadas de Pequim, o majestoso estádio “Ninho do Pássaro” tornou-se apenas um centro de visitação de turistas (a maioria chineses), atraídos pela repercussão que a obra alcançou durante o certame mundial. Não conta com um programa permanente de disputas esportivas que assegure a sua manutenção.

Segundo a Brunoro Sport Business, para que os novos estádios sejam rentáveis, seriam necessários: espaços reservados para pessoas importantes ou empresas, nos dias de jogos; patrocínios e licenças como “naming rights” (venda do nome do estádio); aluguel de espaços para shows musicais, feiras e eventos; outras fontes de renda como instalação de lojas, museus, hotéis, centro de convenções, além de outros complexos comerciais na sua parte externa.

As perspectivas de recuperação do que for gasto, em curto espaço de tempo, segundo aquela empresa, não são animadoras. Isto sem se falar, obviamente, nos eventuais desvios de recursos públicos da obra, hipótese que não deve ser afastada, diante do que já ocorreu em outros empreendimentos esportivos.

(*) Advogado e conselheiro Nato da OAB

Twitter: @aatheniense

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