Futurologia

O maior e mais famoso vidente de todos os tempos é Nostradamus. Em sua esteira, adeptos de todo o planeta se arvoraram e arvoram-se nesse ofício de interpretar fatos, ações e coincidências para proclamar os acontecimentos no porvir.

Guiadas por tarologia, cabalismo, magia, astrologia e outras afins, muitas pessoas conduzem suas vidas baseadas em números, cartas e quiromancias, acreditando piamente, e aí é um direito de cada um, que o passado dita o presente e o presente revela nitidamente o futuro. Claro, tudo cercado com uma boa dose de mistério e códigos a serem decifrados pelos dons premonitórios dos videntes de diversas vertentes e tendências.

Desde que haja boa vontade de fazer as mais complexas e as mais simples correlações tudo tem explicação para o que adveio e já estava escrito, e para o que advirá porque também está escrito.

Malabarismos à parte, ciência e lógica não credenciam nenhuma destas abstrações, posto que analisam o passado e o estudam no presente para melhorar o futuro.

 Quando entra a superstição, a inteligência padece (mais ou menos assim Schopenhauer ditou). Todas as ciências firmam-se em postulados e teses oriundos da experimentação e observação. Não se aventuram a previsões que não estejam calcadas em análises e dados fundamentados em prática, constatação e repetição, do contrário tornam-se panaceias e placebos indicando caminhos que não se sabe onde vão dar. Por isto mesmo são poucas as áreas do conhecimento que anteveem o que virá adiante no tempo. Exemplos: a meteorologia e a sismologia têm esta função e, na maioria das vezes, acertam o comportamento da natureza (terremotos e tsunamis a parte).

O futuro, por incerto, é consequência e não causa. É construção de todos. Não é posse de alguns. Agir no futuro é errar no tempo. Cuidar do futuro é prudente pretensão, sem perder de vista que prevê-lo não é um dom corriqueiro. Paul, o polvo profeta da Copa, está fazendo falta.

(*) Presidente do PSDB Uberaba

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