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Brasileiro, respeite o nosso idioma ou...

Quem me dera... Se eu fosse aquele gigante de Java, faria nos moldes dos fortes

Manoel Therezo
Publicado em 24/03/2012 às 19:29Atualizado em 19/12/2022 às 20:36
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Quem me dera...

Se eu fosse aquele gigante de Java, faria nos moldes dos fortes porque nos moldes dos fracos com certeza plena, eu não seria bem sucedido. Se eu fosse aquele gigante, primeiramente colocaria bem à vista neste nosso Brasil onde proliferam falsos brasileiros, em letras até do meu tamanho para não permitir justificativas, os dizeres: “Não se proibe gostar doutros idiomas e sim, o desamor ao nosso.” Quem não obedecesse, eu com um semblante austero, diria firme: BRASILEIRO, RESPEITE O NOSSO IDIOMA OU SUMA DAQUI. Com enorme certeza, um bando de brasileiros amantes doutros idiomas sem domínio em nenhum deles, rumar-se-iam para onde gostariam de estar, proibidos de deixarem por aqui até por fineza, os seus endereços para o contento daqueles que respeitam e amam a nossa Língua Portuguesa. Pondo de lado o se eu fosse aquele gigante e, sequer não mais pensando nisso, perguntaria ao senhor Ministro da Educação, se não seria viável encetar uma campanha de exortação ao amor, de respeito ao nosso idioma, crescentemente invadido por um estrangeirismo desnecessário? Não fosse com tal lisura, quem sabe, tomar de pulso firme, um propósito de salvação do nosso idioma esmerilhado em alguns programas na televisão, em nomes de casas comerciais, pelas indústrias de roupas cheias de expressões que o próprio usuário sabe seus significados, também, pelas insípidas e fúteis colunas sociais. Na Gramática de Celso Pedro Luft, 9ª edição, das páginas 347 a 354, encontram-se por alto, 227 expressões inglesas desnecessárias, de vez que há em nosso idioma, termos correspondentes em cheio. Lemos também do deputado Aldo Rabel “Quem sair às ruas, principalmente de uma cidade como São Paulo, corre o risco de precisar de um dicionário bilíngue para entender o que dizem as faixas, os cartazes, os rótulos de produtos.” Dizer que o brasileiro gosta mais da Língua Portuguesa do que se imagina, é uma (piada).  Tem-se que o estrangeirismo desnecessário é lesivo ao patrimônio cultural de qualquer povo. O nosso idioma vem se desfigurando de geração após geração – e, se tal invasão assim continuar, não será surpresa um triste destino ao nosso idioma em agonia. Embora pareça um desvio no assunto, em dias recentes, [internet], alguém com bela retórica, manifestou sua indignação por haver sem razão meritória, a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS homenageado o jogador de futebol, senhor Ronaldinho Gaúcho, com a medalha do mais conceituado escritor brasileiro, Machado de Assis. Parece que Fernando Jorge não exagerava quando, em 29 de março de 1963, em Nota Luminar no livro “Vida e poesias de Olavo Bilac”, escreveu, “que os grandes homens do nosso país, são os jogadores de futebol.” Se, algum canto do mundo nos livrasse desses brasileiros mentirosos, o Brasil não necessitaria de um gigante de Java para dizer a cada um deles: BRASILEIRO, RESPEITE O NOSSO IDIOMA OU SUMA DAQUI...

(*) Odontólogo; ex-professor universitário (Odonto Uniube)

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