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A luz que faltava

Mário Salvador
Publicado em 24/01/2012 às 00:12Atualizado em 17/12/2022 às 07:58
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No sábado, 21 de janeiro, aconteceu um apagão em parte do bairro Estados Unidos, à noite, justamente na área onde resido. Depois de um tempo razoável, a luz voltou a brilhar no setor do apagão. A Cemig tem um atendimento por telefone muito bom. É só ligar que uma voz vai logo informando ao consumidor: “...por favor, aguarde na linha por um momento!” O tamanho do “momento” é que são elas: é um momento muito comprido, nem sempre com alguém do lado de lá pondo um fim nele. O consumidor acaba desistindo. Nem pensa em ligar de novo e passar pela mesma situação.

E por qual motivo o fornecimento de energia foi interrompido por tanto tempo assim? Houve época em que a fornecedora de energia elétrica era mais cuidadosa; após um problema semelhante a esse, publicava nos jornais as causas do apagão e informava que, tão logo houve a ocorrência, foram tomadas as providências para sanar a falha. E concluía o comunicado educadamente: “Apresentamos aos consumidores desculpas pelo ocorrido.”

Provavelmente, nestes tempos, a Cemig deve estar informando o porquê da interrupção de energia aos consumidores que conseguem completar as ligações e que passaram pelo teste do “espere um momento”. Os demais devem apenas ficar agradecidos pelo restabelecimento do fornecimento de energia.

E mais uma luz vai brilhar nos lares brasileiros. É que uma comissão de 16 especialistas discute a revisão do Código Penal. Até maio deverá entregar ao Senado o resultado de seu trabalho. Os membros da comissão entendem que a prisão não recupera ninguém. É voz corrente que as prisões funcionam como uma Universidade do Crime, de onde o criminoso sai com Mestrado em várias modalidades do assunto. E no Brasil, atualmente, as prisões acolhem 500 mil detentos. A ideia, então, é adotar a pena de prisão apenas em última instância.

Dentre as muitas mudanças desse projeto a ser apresentado ao Senado, tornar-se-á crime a improbidade administrativa, que é hoje apenas uma infração administrativa. Porém, o grupo que estuda as mudanças no Código Penal não pensa em tornar a corrupção um crime hediondo, como sugerem alguns senadores. E sabemos que os corruptos são uma praga no país.

A mídia noticiou que operações da Polícia Federal, em 2011, flagraram o desvio de R$ 3,2 bilhões de verba pública. Uma pena o corrupto ser tratado com tanta deferência. Mas, ao ser votado o projeto no Senado, é ainda possível tratar o assunto com mais rigor. De qualquer forma, a mudança nas leis penais é esperada há tempos. E um aperto na bandidagem será bem recebido.

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