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O mundo não de acaba

O homem ainda guarda traços de seu começo. Quando criança, ouvia de criaturas idosas

Manoel Therezo
Publicado em 06/11/2011 às 13:49Atualizado em 19/12/2022 às 21:31
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O homem ainda guarda traços de seu começo. Quando criança, ouvia de criaturas idosas que o mundo e tantas outras coisas um dia se findariam. Diziam que o mundo chegaria até o ano 2000 e que dele não passaria. O tempo se decorreu sem nada daquilo lhe acontecer. Para algumas daquelas outras tantas coisas, parece que a previsão estava certa, porque fósseis hoje encontrados dão conta de que seres com gigantescos tamanhos andaram por aqui. Será que apenas restam seus fósseis e momentos na Historia falando deles? Será que passaram sem deixar nenhum reflexo genético de sua espécie? A ciência assegura que no animal o órgão em desuso acaba por desaparecer. Afirma também que, quando as perdas assumem relevantes proporções, o animal perde substancialmente as características de sua espécie. Diante da afirmativa, quem sabe ainda hoje outros animais também com gigantescos tamanhos guardam traços genéticos daqueles, embora não mais se parecendo em razão da grande perda de orgãos e por viverem em ambientes diferentes? Quando se analisa essa informação, parece ser exatamente o que aconteceu com alguns seres da mesma espécie, hoje em nada parecidos. Um exemplo se tem nas baleias. Primeiramente, foram mamíferos terrestres. Sem explicativa, optaram pelo meio aquático – e com qual mamífero terrestre uma baleia hoje se parece, embora possuindo também gigantesco tamanho?

Pensemos agora no homem.

Se num transe ele visse como era o seu corpo em seus primórdios e tão logo voltasse à consciência, perceberia que a sua cauda daquele tempo, não mais lhe sendo necessária, entrou em desuso, reduzindo-se ao último osso de sua coluna vertebral (cóccix ou coccige). Analisando-se, deve se recordar que em seus primeiros passos, andou também como aqueles se apoiando em quatro membros no seu engatinhar. Perceberá também que, por vezes, ainda fazendo uso dos dentes no ensejo de defesa, repete incontestavelmente um procedimento instintivo do animal dentado. Continuando, entenderá que a sua alimentação ainda pouco se diferencia da deles. Logo se lhe fará notar que aqueles longos, abundantes e grossos pelos que lhe protegiam do ambiente agreste hoje lhes são raros por não mais existir a mesma razão. É evidente que as diferenças vão se ajustando aos passos da evolução, tornando-nos diferentes, mas o homem certamente ainda levará algum tempo para se despojar de alguns últimos traços de seu começo. Por fim, o mundo não se findará, como diziam aquelas criaturas. Não tinham elas o quanto é “Titam” esse planeta ao nosso desamor por ele e o quanto é “Titam” aos desafios da pior geração que hoje abriga. O mundo não se acaba. Lemos com imensa fé que, quando daqui partirmos, outros espaços estarão nos esperando, porque: “Há céus inumeráveis e inumeráveis mundos, onde a vida palpita numa eterna mocidade; todos eles se encadeiam, se abraçam dentro do magnetismo universal, vivificados pela luz, imagem real da Alma Divina, presente em toda parte”.                                 

* Dissertações mediúnicas - cap. XXVI

Emmanuel (Francisco Xavier)

(*) Odontólogo; ex-professor universitário

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