De repente somos levados a modificar totalmente nossas vidas
De repente somos levados a modificar totalmente nossas vidas com o simples recebimento de uma notícia. Ao vermos o médico abrir um envelope contendo os resultados de exames que fizemos, passa-nos uma eternidade de tempo entre aquela franzida de testa dele e o que ele vai falar. É a única vez que não queremos ouvir o termo “positivo”. E se não for negativo como queremos? Cada um reage de uma forma.
Quando meu saudoso pai recebeu do médico a notícia de que era portador de um tumor num dos rins, apesar da fortaleza que sempre foi, sentiu o chão sumir sob os seus pés. Num relance, o meu herói se refez e encarou o câncer como se este fosse um potro bravio, que deveria ser montado por ele e não havia outro peão para substituí-lo. Mudou a vida de meu pai e a de todos os seus filhos. Sofremos juntos, como sofrem tantas famílias.
O ex-presidente Lula, no dia 27/10/11, recebeu a notícia de estar com câncer e fez o que todos nós devemos fazer: aceitá-lo com serenidade e valentia. Serenidade para compreendermos que estamos diante de uma batalha e valentia para não nos darmos por vencidos antes de lutar. Nessa hora acionamos as defesas mentais internas e vemos que o problema, ou o câncer, tem a sua dimensão real, mas pode ser aumentado de tamanho se jogarmos a vida dentro dele. Num primeiro momento, podemos até ir ao fundo do poço, mas voltamos à tona e nos agarramos aos recursos que temos dentro. A confiança em Deus é o primeiro de todos os recursos.
Confesso que sempre desconfiei do tom de voz do ex-presidente Lula, porém jamais comentei isso com alguém. Agora o vejo diante de um câncer na laringe. De um lado, médicos otimistas revelam ser um tumor curável, e do outro, uma legião de brasileiros, na qual me incluo, torcendo pelo presidente das massas. No meio das duas correntes está Lula, cheio de questionamentos e inclusive perguntou a seu médic “Meu cabelo vai cair?” Seu entendimento lhe permitiu ver uma longa estrada, que está só começando... Esperamos vê-lo caminhando com firmeza.
Passo aqui algumas figurinhas repetidas que tenho, ao forte menino Lula: Não se esmoreça e vá à luta! Se vencer fosse para os fracos, não existiria a luta para consagrar os fortes.
(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro