ARTICULISTAS

Por obra de Deus

As pessoas certas, na hora certa e no lugar certo, só se encontram por obra de Deus

João Eurípedes Sabino
Publicado em 30/09/2011 às 20:50Atualizado em 19/12/2022 às 22:04
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“As pessoas certas, na hora certa e no lugar certo, só se encontram por obra de Deus”. Todos nós temos comprovações desses encontros e eu tenho uma recente. Senão vejamos:

Eram 12h36min do dia 19/09/11. Assisti a uma cena nem tão rara, tendo como foco uma Van cheia de crianças. Ao volante um motorista que deve ser portador da credencial “D” para aquele tipo de transporte (Art. 138 CTB). O que poderia ter sido trágico vem a seguir.

Contornei a praça Dr. Jorge Frange, como faço todos os dias. Num vértice daquela praça com as ruas Veríssimo e São Benedito há placa proibindo a conversão à esquerda para os veículos que pretendem subir pela segunda rua. Parei naquela esquina e vi que da rua Veríssimo procedia o veículo com passageiros mirins. Ele veio na minha direção, fazendo a conversão proibida, como se correto estivesse. O condutor, por desobedecer a placa de sinalização, cometeu uma infração grave, mesmo tendo com ele mais de uma dezena de almas inocentes.

Posicionei meu veículo de forma que o piloto da Van pudesse me ver e me ouvir. Sem rodeios, eu lhe disse: “O senhor não pode fazer isso, principalmente com crianças aí dentro”! E ele aproximou sua Van do meu carro, como se me mandasse uma mensagem do tip “Libere a frente que eu quero passar”! Então, saí, já que aquele imbróglio poderia ser desmanchado, digamos, por uma carreta sem freios, ou coisa semelhante.

Segui em frente com o propósito de ver quem era o motorista e onde ele deixaria as indefesas crianças. No colégio próximo, vi que a Van parou e descarregou algumas delas. Anotei-lhe a placa e, em ato contínuo, enviei uma mensagem eletrônica ao diretor da escola, relatando-lhe os fatos. Pedi-lhe que tomasse qualquer providência, de menos silenciar. O diretor agiu incontinênti e os fatos se desenrolaram.

No início daquela mesma noite, recebo um telefonema do motorista infrator, expondo suas razões e se penitenciando por ter feito o que fez. Aceitei com reservas as suas explicações e lhe propus que seria mais prudente nos avistarmos no dia seguinte e na mesma hora, já que a sua infração havia ocorrido na presença de crianças. Concordou o agente e nos encontramos por menos de um minuto na frente do colégio.

Vi ali uma pessoa de bem, porém arrependida. Pontuei-lhe que minha preocupação se prende ao seguinte fat Conheço bem a história de 10 adolescentes e 2 adultos cuja vida perderam num acidente rodoviário no km 133 na BR-050, em 2003. Tudo eu farei para não ver a reedição daquele trágico episódio.

Espero que o motorista entenda que aquele nosso encontro tenha sido por obra de Deus.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba eRegião; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro 

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