ARTICULISTAS

A falta que ele faz...

E quando menos vimos, já se passaram onze anos da partida do nosso maior cronista

João Eurípedes Sabino
Publicado em 16/09/2011 às 21:27Atualizado em 19/12/2022 às 22:18
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E quando menos vimos, já se passaram onze anos da partida do nosso maior cronista de todos os tempos, Ataliba Guaritá Neto. A 14 de setembro de 2000, nós o vimos partir e até hoje a lacuna que deixou aberta permanece impreenchível. Seus seguidores lutam para imitá-lo, inclusive eu, mas o “danado” levou a forma consigo.

Netinho, do alto da sua eloquência, tendo ao fundo a música Verão em Veneza executada pela orquestra de Mantovani, por mais de quarenta anos nos brindou, pela Rádio Sociedade do Triângulo Mineiro, com a inesquecível: “A crônica ao meio-dia”. O improviso era o seu forte e até hoje ninguém ousou fazer o mesmo por essas bandas. É que o filho desmedidamente apaixonado por Uberaba estendia o seu amor a tudo que fazia. Suas crônicas estavam nesse elenco. Aí morava a diferença.

No ano de 1961, iniciei minha admiração por Ataliba Guaritá Neto, quando levei a ele a renda auferida por uma Folia de Reis infantil, na qual eu fazia a segunda voz. Numa tarde, no salão de vendas de uma loja (Loja da Fábrica), situada na Rua Artur Machado, aquele homenzarrão, ou melhor, um semideus para mim, atendeu-me com requintes de um gentleman. Ele direcionou a doação que fizemos e depois prestou contas nas páginas do jornal Lavoura e Comércio.

No instante em que eu concebia esta crônica, recebi a grata visita do amigo jornalista César Vanucci, vindo de Belo Horizonte. Sem que ele esperasse, perguntei-lhe: César, quem foi para você Ataliba Guaritá Neto? E ele respondeu: - Netinho, se quisesse, além do vereador que foi, poderia ter galgado todos os cargos eletivos da nossa terra e quiçá do Estado. Concordei com César e conversamos muito sobre a dura decepção de Netinho com a política. Luiz Gonzaga de Oliveira que também o diga.

Por mais que nos esforcemos, é difícil defender Uberaba como fazia A. G. Neto. Está certo quem diz que o Uberaba Sport Club não teria chegado onde chegou se Netinho vivo ainda estivesse.

O Centro Administrativo do nosso Município tem o nome do colunista social, homem de rádio e TV, além do exímio cronista que há onze anos nos provoca saudade. Tudo isso é pouco diante da falta que ele faz para a sua querida terra. Estamos lhe devendo uma comenda com o títul Ataliba Guaritá Neto. 

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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