Parece que no mundo tudo propositalmente tem “Dois Lados”. A existência de um implica na existência do outro. Quem sabe, o Senhor da vida, ao criar o mundo, almejou repletá-lo de coisas eternas e, para assim mantê-las, muito sábio e inteligentemente, pensou na criação dos “Dois Lados” como forma acertadíssima de um lado preservar o outro na perpetuação de Suas criações?
Dentre tantas está o Homem. Para se compreender a importância dos “Dois Lados” na perpetuação, basta raciocinar uma série de momentos que, se não tivessem os “Dois Lados”, aquelas tantas coisas e o Homem certamente não seriam perpétuas. Digamos, por exemplo, o fato Dormir como um lado desse momento. Se ele não tivesse o seu outro lado Acordar, tudo aquilo que dormisse permaneceria dormindo e, nesse raciocínio, estaria encerrado o existir daquele momento.
Ainda na mesma tese, se o fato Morrer não tivesse também o seu outro lado Renascer para estabelecer o equilíbrio, tudo, inclusive, os Homens, em menos tempo que se pode imaginar, estariam findo. Tomando esse exemplo como forma lógica, quem sabe Renascer foi o Lado principal na preocupação do Criador para perpetuar o Homem – Sua obra maior? Se Acordar aquilo que dorme é um Lado verdadeiro, por que Renascer há de ser duvidoso? Se a noite não tivesse a Claridade do sol radiante, haveria de ser horroroso viver na sua Escuridão, como também seria horroroso viver na Claridade radiante do sol, se não tivesse a Escuridão da noite.
Se esses “Dois Lados” não existissem, o Feio nunca seria Belo, o Pequeno nunca seria Grande, o Injusto nunca seria Justo e quantos outros momentos se alinham nesse mesmo sentido? Quantas Bonanças se sabe que serenaram pavorosas Tempestades? Se bem analisar esses “Dois Lados”, chega-se ao termo de que são eles a razão da perpetuação de tudo ou de tantas mil coisas. Imaginemos se o momento Ir não tivesse o seu outro lado Voltar, que esperança teria o Homem de sua eternidade, se consciente de um dia morrer? Ao somar as conclusões geradas pelas análises desses “Dois Lados”, tem-se a razão verdadeira de que, se não fossem eles um contrário ao outro, nada daquilo que o Criador quis perpetuar aconteceria.
(*) Odontólogo; ex-professor universitário
