ARTICULISTAS

Sócrates, um pensador admirável

Segundo Sócrates, Os homens se recordam daquilo que aprenderam num tempo passado

Manoel Therezo
Publicado em 14/08/2011 às 14:42Atualizado em 19/12/2022 às 22:50
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Segundo Sócrates, “Os homens se recordam daquilo que aprenderam num tempo passado”— daí, para ele, “Aprender nada mais é que Recordar.” A princípio, o extenso dessa filosofia não nos parece verdadeiro, porque temos que muitas coisas que sabemos nos foram ensinadas e nada recordadas. No entanto, tantas outras coisas que as crianças nos surpreendem, não se têm notícias de nenhum ensino. Quem sabe, Sócrates tinha razão? Quando a criança vive em grupo, onde o meio concorre para a estrutura de sua formação, a filosofia de Sócrates parece perder a sua lógica. Se recompõe porém, quando não se dispõe de explicações para certas manifestações surpreendentes de algumas outras, isoladas. Os casos conhecidos são muitos. Nem por isso, aqueles não  divulgados  deixam  de  fazer corpo na muito provável verdade de que: “Aprender nada mais é que  Recordar.” Quem já não assistiu o menino da tesoura que, sem qualquer atenção naquilo que faz, numa rapidez incomum, corta e recorta uma folha de papel e, em poucos  segundos mostra-nos animais conhecidos, monumentos históricos, rostos de criaturas que o mundo não esquece e outros recortes que nos deixam estarrecidos?               

Quem já não assistiu crianças com menos ou pouco mais de quatro anos, dispersos naquelas distrações próprias da idade, demonstram conhecer as bandeiras de todos os países e outras até, de suas capitais? Quem já não assistiu àquela menina demais conhecida, ainda em tenra idade, comandando de forma impressionante um programa na televisão? Quem lhe ensinou aqueles trejeitos próprios de um experimentado na arte que apresenta? Será que tudo lhe foi ensinado ou  recordado? Também, por ser um acontecimento que se assiste em toda a espécie dos mamíferos, não desperta por isso, curiosidade. Analisando acuradamente, quando foi ensinado ao recém-nascido, o mecanismo da sucção do leite materno? Quem ensinou também para certas crianças, que aqueles movimentos com a cabeça expressam em gestos, os seus desejos tão iguais os “Sim e Não”? Quem ensinou a Willian Rowan Hamilton, o que se descreve: “Aos quatro anos, sabia o inglês. Aos cinco, latim, grego, hebraico. Aos oito, italiano e francês. Aos dez, o árabe e sânscrito. Aos quatorze, o persa.” Teria ele “Aprendido ou Recordado?” Seriam merecimentos aos privilegiados, ou interrogação que se faz analisando a filosofia de Sócrates? Também, para tantas outras coisas de criança que a perplexidade não encontra respostas. São os pais, aqueles que vivenciam os procedimentos de seus filhos, os testemunhas dessa observação. Se, não se tem lembrança de nenhum ensino, Sócrates tinha razã “Aprender nada mais é que Recordar.”

 

(*) Odontólogo; ex. professor universitário (Odonto-Uniube)

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