Todos os seres vivos encerram em sua formação, retalhos de uma herança genética. Tais retalhos lentamente vão se apagando e se mesclando à medida que com outros retalhos se cruzam no contínuo processo da reprodução. Tem-se por concebido que a preservação e a transmissão dos traços hereditários estão presentes no núcleo celular, fato reconhecido e confirmado nas experiências do padre Gregor Joham Mendel (1822-1884), que empreendeu observações nos cruzamentos artificiais em ervilhas e vagens.
Essas experiências lhe permitiram formular um novo ramo da ciência, com leis incontestáveis tanto para o homem, quanto para o animal e plantas. São os “cromossomos,” os portadores das qualidades hereditárias. Se tem por suposto que o número de “cromossomos” obedece uma constância em cada espécie de seres vivos.
Assim, por exemplo, as células do corpo humano possuem 23 pares de “cromossomos,” perfazendo um total de 46 “cromossomos” 23X2=46. A abelha, 8 pares, perfazendo 16 “cromossomos” 8X2=16. A ovelha, 27 pares, perfazendo 54 “cromossomos” 27X2=54.
Por certo, essa constância seja a razão de todos os homens, de todas as abelhas, de todas as ovelhas em todo o universo, se repetirem com as mesmas características? De relance, por qual outra hipótese, essa figura se repeteria no homem, na abelha, na ovelha e, em todas as demais espécies existentes? Será que modificando o número de “cromossomos” no homem, por exemplo, ele deixaria de ter dois olhos, duas mãos, dois pulmões, dois braços, dois rins e tudo mais?
É o misterioso e complicado processo da hereditariedade, onde as pesquisas apenas afirmam ser o ácido nucleico o determinante desses detalhes. Vez ou outra, aparecem nos jornais e que deveriam ser do conhecimento do leitor, as siglas do ARN (ácido ribonucleico) e ADN (ácido desoxirribonucléico – código genético – DNA). Certamente, que informações mesmo que superficiais nos ensinam no tocante ao processo da hereditariedade, quem sabe... quem sabe, a nuvem escura que cobre aquele irmão, aquele filho com estatura, cabelos e cor da pele e dos olhos diferentes dos demais, seguramente são retalhos genéticos que se repetem de uma herança que vem de longe... de muito longe e nada mais que isso?
(*) Odontólogo; ex-professor universitário (Odonto-Uniube)
