Se o que hoje se tem como evoluído não tivesse experimentado sucessivas transformações, o que certamente haveria de ser do mundo se tudo ainda se mantivesse em seu primitivo estágio? Quando o pensamento retroage no tempo analisando o começo de tantas coisas evoluídas, um quadro sem beleza, em horrível moldura, estampa-se aos olhos da nossa mente nos permitindo então, reconhecer a grandeza da “Evolução”.
O homem, que também vem de um distante estágio primitivo, tem experimentado ao longo de tantas “Eras”, o vigoroso sopro da “Evolução,” que lhe arrastou de uma inteligência obtusa para um ser Pensante e Capaz. Nesse momento, o império do obsoleto cedeu espaço ao extasiante da “Evolução”.
A lógica, por força de sua verdade, imprimiu adequações a tudo que lhe fosse contrário. A partir daí, a forma geométrica que poderia vencer as dificuldades foi mentalizada. A Roda, presente em suas diversas modalidades, encurtou o enorme espaço entre os pontos que distanciavam os seres humanos.
Embevecido, o homem, ser Pensante e Capaz, logo sentiu que a “Evolução” lhe mostrava os rumos certos no mundo de novos horizontes que se abriam. A imperfeição em seus grotescos talhes, logo sentiu o colosso do aprimoramento. De longínquas datas, muito aquém do 14BIS, do rádio de cristal de galena, dos primeiros navios com mastros e velas, a “Evolução” como brisa amena e aquecida por grande e brilhante sol, vem tremulando carinhosamente a bandeira do mundo moderno que se transborda nas maravilhas dos aviões supersônicos, na “Evolução” do 14BIS; nas maravilhas das rádiotransmissões sem fios, na “Evolução” do rádio a cristal de galena; na beleza dos enormes transatlânticos, na “Evolução” dos primeiros navios com mastros e velas.
Aquele passado é uma página virada na história dos tempos. O momento hodierno é um repleto da tantas exuberâncias na realidade da imagem e do som pelo satélite; na beleza da telefonia celular; no admirável da cirurgia robotizada; na suprema coragem das intervenções cirúrgicas invasivas e na ousadia em alterar a máquina humana com remoções de orgãos.
Os experimentos com as células tronco caminham firmes, levando o homem a sentir que a “Evolução” parece ser um consentimento Divino, que lhe brindará com um tempo mais longo na Terra. Cada “Evolução” empurra para trás coisas da evolução de ontem. Os implantes metálicos aprisionando dentes artificiais e peças ósseas no espantoso adiantamento de hoje, serão na “Evolução” do amanhã, um espetáculo para risos, gargalhando de nós, para eles, os inquilinos das cavernas.
(*) Odontólogo; ex.professor universitário (Odonto-Uniube)
