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Heróis de guerra

Por curiosidade fui ao Google informar-me a respeito da presença de soldados americanos no Afeganistão

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 12/06/2011 às 16:26Atualizado em 19/12/2022 às 23:50
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Por curiosidade fui ao Google informar-me a respeito da presença de soldados americanos no Afeganistão. Encontrei casos escabrosos. Estupro, mutilação e tortura em jovens e crianças. Sabe-se que em campo de guerra ninguém é de ninguém e a versão que fica é a dos vitoriosos. Portanto, pouco se noticia atitudes que denigrem os serviços prestados à “democracia” e à hegemonia do “bem”.

Um soldado representa, em outra nação, o seu país. Traz na veste a bandeira de sua pátria, por isto não age por si só. É preparado para defender os interesses que a ele são passados hierarquicamente. Desta forma, quando se constata abusos, maus-tratos, sevícias por qualquer integrante da tropa, a responsabilidade deve ser compartilhada entre o autor e o seu país. Mesmo porque quando se vence uma guerra, ou “ocupa-se” um território, os méritos são amplamente noticiados como conquista de Estado. Exempl os EUA ocuparam com êxito o Afeganistão. Neste momento os louros, se é que podemos falar assim, vão para o país. Isto posto, na razão inversa dos “bons” resultados, os EUA também têm que chamar para si os crimes hediondos praticados por seus representantes em terras alheias.

O poderoso francês Dominique foi pego no hotel enrolado em maus lençóis. Julgado e condenado nos EUA, corre risco de apodrecer por lá. Cometeu um crime de abuso de poder, arrogância, assédio e tentativa de estupro. Tem que cumprir a pena decretada. Constrangeu seus patrícios, embora muitos tenham considerado exagero midiático e hipocrisia pelo tom espetacular dado ao caso a ponto de se instalar uma correia, tipo GPS, no tornozelo do compatriota. Camareiras foram às ruas de Nova York protestar. Manifestação legítima em defesa da classe, das mulheres e da dignidade. Pode-se extrair desse ato que o ocorrido não é inaugural, outras já devem ter sido vítimas desta prática, entretanto, ganhou a notoriedade própria a autoridades que se metem em sujeira.

O combatente fora do país que abusar de pessoa indefesa e refém de sua força deve ser retirado imediatamente (já que não retiram a tropa inteira) e punido com o rigor da Justiça. Os relatos de atrocidades de soldados contra mulheres e crianças em países ocupados causam repulsa, indignação e revolta. E eles estão lá em nome da pátria adorada.

(*) Presidente do PSDB/Uberaba

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