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Jovem Lucília (III)

João Eurípedes Sabino
Publicado em 11/03/2011 às 11:31Atualizado em 20/12/2022 às 01:15
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No dia 12/04/2004, depois de ter ensaiado algumas vezes, visitei Lucília Soares Rosa. No dia 09/08 daquele mesmo ano, ela havia completado 92 anos. Fui, ali, repórter por um dia em nome do Jornal da Manhã. Não me esqueço da emoção que me envolvia naquele aconchegante ambiente, à Av. Alexandre Barbosa, 95. Não era para menos; eu estava diante de uma dama comunista, que muito influiu na nossa história. Ela “desbravou matas e abriu estradas” para que tivéssemos um operário e depois uma mulher, Dilma Rousseff, na Presidência da República. Não há como negar a importância cívica de Lucília Soares Rosa.

Dediquei então àquela mãe diferenciada as crônicas Jovem Lucília I e II, que constam do livro Perfis Especiais, lançado no dia 29/10/2009. Seus filhos Calixto Rosa Neto e Moysés Soares Rosa me dão a honra de expor aqueles textos em seus consultórios odontológicos.

Quase sete anos se passaram daquela inesquecível aula prática de Sociologia Política que jamais terei. Eis que sou convocado a estar diante de Lucília novamente, no dia 04/03/11. Na noite anterior, ela havia cerrado seus olhos para sempre e os abriu noutras dimensões. Sem visar um tostão, deixou grande legado político, que vai atravessar os tempos.

Dirigindo-me ao velório, passei antes pela Praça Dr. Henrique Krugger e, no jardim dos Correios, apanhei uma rosa vermelha, símbolo máximo, para levá-la à vereadora Lucília. Chovia muito e, devido à pressa, só fui tirar os espinhos já chegando ao local. Qual não foi minha surpresa, quando vi que dois botõezinhos vermelhos acompanhavam aquela flor.

Na presença de amigos, coloquei uma rosa nas mãos de outra, de nome Lucília Soares Rosa. A seus filhos mostrei os dois botões que os representavam, no mesmo caule, junto à rosa-mãe. Foi difícil contermos a emoção diante daquela aparente coincidência. Que o digam Calixto e Moysés, além dos seus parentes e amigos que também presenciaram aquela cena inesquecível.

Espero que esta terceira crônica à jovem Lucília seja testemunha do início da sua perpetuidade perante as gerações futuras.

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