POLÍTICA

Mutuários não cumprem regras e Cohagra retoma 124 unidades

Casas construídas por meio do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, no Residencial Rio de Janeiro, estavam abandonadas ou ocupadas por terceiros

Gisele Barcelos
Publicado em 16/05/2017 às 07:05Atualizado em 16/12/2022 às 13:20
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Jairo Chagas

Marcos Jammal, presidente da Cohagra, e equipe realizaram ontem nova fiscalização no “Rio de Janeiro”

Por descumprimento de regras do programa Minha Casa Minha Vida, a Cohagra vai retomar 124 imóveis do Residencial Rio de Janeiro para destinar a outras famílias. As unidades estavam abandonadas ou tinham sido ocupadas por terceiros.

O monitoramento começou a ser feito na semana passada e detectou inicialmente 228 unidades em situação irregular, ainda fechadas ou emprestadas para outras pessoas. Uma nova fiscalização foi realizada ontem e as irregularidades persistiam em 124 casas. Desse total, 45 imóveis continuavam vazios após dois meses de entrega das chaves aos mutuários.

De acordo com o presidente da Cohagra, Marcos Jammal, a regra do programa Minha Casa Minha Vida estabelece prazo de 30 dias para a ocupação da unidade depois da entrega das chaves. Ele ressalta inclusive que o critério está determinado em contrato.

Jammal salienta que os mutuários tiveram até um tempo extra para organizar a mudança, mas ainda assim os imóveis continuavam fechados ou emprestados a terceiros. “Algumas pessoas justificaram que não mudaram para o imóvel porque ainda não fizeram o muro, mas todos sabem a pressão que é para entregar o novo bairro. Demos um prazo a mais para todos se instalarem e resolver os problemas. Quem não atendeu aos requisitos está fora e dará lugar a outra pessoa na fila”, pondera.

O presidente da Cohagra informa que a lista dos 124 mutuários em situação irregular será publicada no Porta-Voz e haverá oportunidade para apresentarem defesa. Caso o descumprimento dos critérios do programa seja confirmado, Jammal declara que o processo de retomada dos imóveis abandonados será imediato. Quanto às casas emprestadas ou alugadas a terceiros, ele salienta que a situação será analisada individualmente e será firmado um prazo de até duas semanas para a desocupação.

Conforme o dirigente da autarquia, as casas serão destinadas a outras famílias inscritas no programa e que estão em uma lista prioritária definida conjuntamente com o Ministério Público Federal, devido à situação de vulnerabilidade social.

Questionado sobre o número de unidades retomadas, Jammal afirma que não houve afrouxamento no processo de seleção dos inscritos. Ele argumenta que o resultado demonstra justamente a intensificação da fiscalização e a eficácia do sistema QR Code para assegurar a destinação correta dos imóveis do programa.

Além disso, o presidente da Cohagra posiciona que, em comparação com a quantidade de casas entregues no "Rio de Janeiro", o total de unidades a serem retomadas é pequeno. O número corresponde a cerca de 9% dos 1.400 imóveis foram entregues em março.

Nova tecnologia. A fiscalização realizada ontem no Residencial Rio de Janeiro foi acompanhada por representante do Ministério das Cidades, que não concedeu entrevista à reportagem do Jornal da Manhã. Durante as vistorias, a servidora apenas declarou à equipe da Cohagra que a Secretaria Nacional de Habitação busca mais detalhes sobre o funcionamento do QR Code, pois existe um problema de destinação incorreta das unidades habitacionais e a ferramenta pode contribuir para combater a prática.

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