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Taxas de juros ficam perto da estabilidade, com petróleo em queda e dólar em alta

Publicado em 30/08/2022 às 19:09Atualizado em 18/12/2022 às 14:15
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A volatilidade deu o tom aos negócios no mercado de juros nesta terça-feira, 30, sem que as taxas conseguissem firmar uma direção. No fechamento, estavam perto da estabilidade, com viés de baixa.

O ambiente internacional ditou a dinâmica da curva, com os agentes ponderando, de um lado, a aversão ao risco que penalizou moedas emergentes como o real, mas de outro o tombo dos preços do petróleo. Internamente, a agenda econômica trouxe dados melhores do que o consenso, mas novamente não conseguiu influenciar os ativos, com o mercado avaliando mais as questões fiscais a partir do próximo ano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou estável em 13,74% (máxima) e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,17% para 13,10% (mínima). A do DI para janeiro de 2025 passou de 12,10% para 12,08% e a do DI para janeiro de 2027, de 11,87% para 11,88%.

O mau humor externo seguiu alimentado pela expectativa de atuação mais agressiva dos bancos centrais nos Estados Unidos e Europa, amparada em dados acima do esperado da economia americana e mais declarações de autoridades do Federal Reserve enfatizando a necessidade de trazer o juro real para níveis positivos. Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), do mesmo modo, defenderam aumento maior de juro na zona do euro para combater a inflação, o que eleva as chances de recessão numa economia já debilitada pela guerra na Ucrânia.

A crise do gás na Europa e a alta recente do petróleo são fatores que ajudam a apoiar as previsões de postura mais dura dos BCs, embora nesta terça as cotações do óleo tenham despencado 5%, com informações extraoficiais de que a Opep não estaria debatendo corte da produção e realização de lucros. O próximo encontro da Opep+ deve ocorrer na segunda-feira (5). O barril do Brent voltou a ficar abaixo de US$ 100, fechando em US$ 97,84 no contrato para novembro. Já o dólar à vista terminou em alta de 1,58%, a R$ 5,1130.

"O mercado de juros está dividido. Temos ativos de risco sofrendo, mas juros subindo lá fora e o petróleo caindo bem", resumiu o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, enfatizando que o real nesta terça foi o destaque negativo entre moedas emergentes, o que faz preço no DI. Segundo ele, porém, em termos de inflação, considerando que o petróleo caiu bem mais do que o dólar subiu, o saldo líquido é favorável do ponto de vista da inflação.

No Brasil, os indicadores do dia vieram acima da mediana das estimativas, mas sem qualquer alteração nas apostas de Selic estável no curto prazo. A deflação do IGP-M de agosto, de 0,70%, foi bem maior do que o consenso de 0,56%, e o saldo positivo do governo central, de R$ 19,3 bilhões, superou a mediana das previsões de R$ 17,6 bilhões.

Para Eduardo Velho, economista-chefe e sócio da JF Trust, o foco dos juros vem mudando um pouco da inflação de curto prazo para o fiscal. "Existem diversas promessas mas sem fontes de receitas e sancionando déficit primário elevado em 2023", afirma, citando entre elas as de reajuste do funcionalismo, continuidade do Auxílio Brasil "e agora, proposta de candidato de pagamento adicional de auxílio para crianças até seis anos".

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), além do bônus R$ 150 a ser oferecido a crianças de até 6 anos, caso o candidato Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito presidente da República, o PT estuda a concessão de adicionais ao Novo Bolsa Família.

Os "upgrades" seriam acrescidos ao piso de R$ 600, compromisso já assumido pela campanha petista, para ampliar a ajuda do Estado a diferentes segmentos de vulnerabilidade social. Impactos fiscais e prazos para anúncio e detalhamento, contudo, seguem indefinidos.

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