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Por dentro da TRI do ENEM

Publicado em 26/11/2021 às 09:34Atualizado em 18/12/2022 às 17:10
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É preciso que o candidato que almeja uma vaga na Universidade por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) entenda, para além dos conteúdos presentes na prova, qual o método de correção adotado.

O ENEM utiliza da metodologia de da Teoria da Resposta ao Item (TRI) para a correção de suas provas. Ao contrário da Teoria Clássica dos Testes (TCT), adotada para os vestibulares tradicionais, onde cada questão certa vale um ponto, a TRI possui uma variação de três parâmetros em sua pontuaçã O índice de dificuldade do item, o índice de discriminação do item e o acerto ao acaso.

O índice de dificuldade do item leva em consideração a complexidade da questão, analisando o grau de dificuldade de cada item por meio da porcentagem de acerto. Quanto menor for a porcentagem de acerto, maior é entendido o grau de dificuldade.

O índice de discrimação do item, por sua vez, aponta se uma questão é, de fato, capaz de diferenciar os participantes que obtiveram altos ou baixos índices de acerto na prova. Por exemplo, se uma questão for respondida corretamente por uma grande parcela dos candidatos que obtiveram um número baixo de acertos, espera-se que um participante com um alto índice de acertos também a tenha respondido corretamente.

Por fim, há o acerto ao acaso, popularmente conhecido como "chute", que é quando o candidato, seja de maneira aleatória ou por "achismo" aponta uma dentre as alternativas como correta, não necessariamente tendo conhecimento mínimo sobre o assunto abordado.

Segundo o professor Cristiano Arruda, especialista em Avaliação Educacional e Diretor do Colégio Livre Aprender, a TRI, propicia uma correção mais precisa da avaliação.

"É como se, para medir algum objeto, usássemos uma régua em milímetros ao invés de uma régua somente em centímetros. A medida fica mais justa", elucida Cristiano Arruda.

O que é preciso que os candidatos tenham em mente é que a TRI visa medir a coerência pedagógica do aluno. Com isso, caso acerte uma questão difícil, mas erre uma fácil, a questão difícil acertada valerá menos pontos para ele do que para um aluno que acertou a questão difícil e também a fácil.

Como aponta o professor Cristiano Arruda, entender essa característica da TRI impacta na estratégia de resolução da prova do ENEM.

“O candidato precisa, primeiro resolver e acertar todas as questões mais fáceis da prova. Gastar tempo em questões mais difíceis, correndo o risco de errar e depois não ter tempo de resolver as questões fáceis do final da prova, prejudica muito a nota do candidato, pois atrapalha a sua coerência pedagógica”, aponta o especialista.

Trazendo o assunto para um viés mais ilustrativo, pense em dois alunos, A e B. Em uma prova composta por 45 questões, caso o aluno A acerte as 20 questões mais difíceis e erre as demais, tidas como fáceis, ele receberá uma pontuação menor do que o aluno B que acertou as 20 mais fáceis. Isso porque não é coerente que o aluno A tenha errado as 25 questões mais fáceis e acertado as mais difíceis. Dentro dos parâmetros de análise da TRI, entende-se que o aluno A não necessariamente usou de conhecimento, mas sim, fez uso do acerto ao acaso, tendo a sorte de marcar corretamente as alternativas mais difíceis.

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