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Parques e parcómetros

Justas manifestações reivindicatórias encabeçadas por aficionados ambientalistas

José Humberto Guimarães
Publicado em 12/06/2019 às 21:42Atualizado em 17/12/2022 às 21:37
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Justas manifestações reivindicatórias encabeçadas por aficionados ambientalistas buscam a preservação como bosque ou jardim para uma área de 75 mil metros quadrados dentro da cidade de Uberaba, no local denominado Quinta da Boa Esperança, ou Chácara do Bacuri. A reivindicação merece atenção e apoio da população. 

Este precioso e ambicionado espaço, uma propriedade particular, tem do ponto de vista ambiental e paisagístico valor inestimável para a população, cada dia mais carente de logradouros públicos que ofereçam oportunidade de convivência social, entretenimento e lazer associados à contemplação de cenários naturais. Pretende-se que se transforme a gleba em um parque urbano.

Se considerarmos o espaço ali apropriado para construção imobiliária e sua vantajosa localização face às instalações logísticas da cidade, o valor comercial do objeto pretendido deve ser de grande monta, mas não tão elevado que a municipalidade não possua recursos para expropriá-lo. Afinal, o governo municipal vem tendo à sua disposição, anualmente, verbas orçamentárias superiores a um bilhão de reais para aplicação em benefícios para a população. Portanto, a reivindicação, além de justa, é viável. A sociedade espera por sua desapropriação.

Por outro lado, várias das principais ruas e avenidas da cidade, espaços estes de domínio público e também muito preciosos, por iniciativa do governo municipal foram recentemente loteadas e concomitantemente transformadas em parquímetros, com o objetivo de oferecer racionalidade e maior oferta de estacionamento a veículos automotores. Uma imposição da modernidade. Busca-se, pelo que se propaga, alguma saída para alojar em locais comercialmente estratégicos uma frota de veículos maior que a cidade poderia comportar. A sociedade tem demonstrado insatisfação com a instalação destes parcómetros (assim também são denominados) por considerá-los onerosos e, por hora, ainda mal operacionalizados.

Tais espaços territoriais, distintos em suas pretendidas funções, evidenciam no fundo necessidades de uma sociedade carente de bem-estar que permeia entre a batalha diária pela execução do trabalho e o anseio de espairecer como prêmio por suas conquistas materiais.

É necessário entender que, diante da tumultuada vida presente, o parque urbano virá suprir carências de bem-estar pessoal imensuráveis. É reconhecível, também, o sentido organizador que se pretende conceder aos estacionamentos rotativos. Comparando-os, é justo acreditar que, no atual momento, ambos preencherão parte das lacunas utilitárias que afligem o cotidiano das pessoas. Portanto, diante do já instalado estacionamento de veículos, é de se esperar que a municipalidade assuma desde já o compromisso de criar o parque do Bacuri, até mesmo como forma de compensar a população pelo ônus da instalação dos parcómetros. 

(*) Consultor para parcerias e arrendamentos rurais; ex-secretário de Agricultura de Uberaba

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