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Raposas

Revela o folclore que, quando o Sol brilha e ao mesmo tempo há chuva, acontece o casamento da raposa

Mário Salvador
Publicado em 17/12/2018 às 20:45Atualizado em 17/12/2022 às 16:34
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Revela o folclore que, quando o Sol brilha e ao mesmo tempo há chuva, acontece o casamento da raposa – numa história velha conhecida de todos nós.

Na época em que os bichos falavam, lá no tempo das fábulas, dona raposa, bicho matreiro, anunciou seu casamento. A bicharada, já imaginando lauta festa, dispôs-se a dar à noiva um suntuoso presente. Foi então que entrou em cena a dona onça, rainha da bicharada.

Dona onça assegurou à raposa: “Tenho poder de presentear você com aquilo que me pedir. Posso fazer chover no dia do seu casamento, como sinal de fartura, ou lhe garantir sol radiante, para um casório bem animado. A escolha é sua.”

A raposa, muito ardilosa, quis desfrutar das duas ofertas – o sol e a chuva –, para ter alegria e fartura. E cutucou a onça com vara curta: “Quero um dia de sol com chuva. E se você conseguir essa façanha, ficarei verdadeiramente convencida de seu poder.”

A onça ficou irritada. E para provar o quanto era poderosa, fez com que, no dia do casamento da raposa, sol e chuva surgissem ao mesmo tempo.

A raposa é símbolo da esperteza. A mesma esperteza que julgam ter muitos bandidos, que infelizmente estão em nosso meio. Dentre eles, João de Deus e Cesare Battisti, criminosos cuja história temos acompanhado mais recentemente. Ambos sumiram depois de ter a prisão decretada.

O médium João de Deus teria violentado mais de trezentas mulheres, inclusive a própria filha, conforme ela afirmou em depoimento publicado em reportagem. E pelo menos uma uberabense também foi vítima dele.

Na última aparição do médium antes de se entregar à polícia, ele havia se declarado inocente. Quando ainda estava foragido, movimentou em bancos cerca de trinta e cinco milhões de reais. Ontem, João de Deus se entregou à polícia. Já o assassino Battisti, ainda foragido, uma vez capturado será extraditado para a Itália. 

No novo Brasil engendrado pelo povo, sobreviverão as fábulas, que são histórias de ficção, porém nunca mais terão vez as raposas da vida real, que acham que viver é levar vantagem em tudo.

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