ARTICULISTAS

Fatos do cotidiano

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 12/11/2018 às 06:09Atualizado em 17/12/2022 às 15:21
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Mas, durante a semana que passou, ouvindo atentamente Dr. Agil Pereira, médico, e Dra. Eulair Fernandes, cirurgiã dentista, pessoas que respeito e admiro, me fez refletir que o direito de se expressar era algo que não podia ser contestado, mas, infelizmente, não é o que vemos nos dias atuais.

Na quinta-feira, sentados na varanda da sede da chácara, enquanto saboreávamos um delicioso churrasco, ouvi atentamente as sábias palavras de Dr. Agil quando mostrava a forma correta de estimular discussões, aprimorar ideias, alimentar debates construtivos, demonstrando e exemplificando ser danoso silenciar aquele que discorda de nossas posições.

Ensinou-me de forma simples e pausada que devemos sim, combater com galhardia e sabedoria, qualquer forma de violência e discriminação, mas que não se alcança sucesso silenciando aqueles que pensam de forma diferente.

Silenciar o oponente, ensinou-me Dr. Agil, é repetir os erros que levamos séculos para banir, pois seria condenar à fogueira da inquisição quem pensa diferente do que defendemos. “Calar o outro”, arrematou Dr. Agil, “por mais que esse outro tenha ideias que nos desagradem, não faz desaparecer o problema”. “É preciso usar o bom senso, mas que isso não signifique o emudecimento dos contrários, pois o silêncio vem da reflexão, não da imposição”.

As horas foram passando como um relampejar e, quando olhamos para o relógio já estávamos em plena madrugada de sexta-feira.

Logo de manhã, como tinha horário marcado, fui ao consultório da Dra. Eulair e, como de costume, ela distrai seus pacientes contando fatos do cotidiano.

Naquela sexta-feira ela estava mais inspirada, pois foi relembrando dos dias da infância, das diferenças existentes nos dias de hoje quanto a segurança, liberdade de expressão e a libertinagem impregnada nos meios sociais.

Dra. Eulair me fez viajar em pensamentos enquanto falava, me fazendo refletir que a vida precisa de mais espaço e precisa ser escrita para ser lembrada.

Ao descrever suas viagens de motocicleta com seu marido pelo Brasil afora, me fez acreditar que precisamos registrar os bons momentos, para que nos possibilite rir ou chorar, ou os dois ao mesmo tempo, diante das “aventuras” que vivemos, porque, na hora em que tudo ocorre, não temos a sobriedade para analisar tudo.

Sai de seu consultório com a convicção de que ao relembrarmos os momentos já vividos, descobrimos que os tropeços não são os motivos que fazem nossa vida ser menos interessante. Aliás, são essas trapalhadas que fazem com que essa vida tenha algum sentido.

Hoje começa mais uma semana... hora de tomar um banho e agradecer a esses dois sábios amigos que transformaram, através de seus ensinamentos e relatos, de forma inesquecível, a fim de semana que findou.

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