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O poder da flor

Era o dia 22/10/2007 e Roberto Carlos cantaria, como cantou, pela última vez em Uberaba

João Eurípedes Sabino
Publicado em 08/11/2018 às 19:05Atualizado em 17/12/2022 às 15:17
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Era o dia 22/10/2007 e Roberto Carlos cantaria, como cantou, pela última vez em Uberaba, trazido por Tonico Carvalho. Tudo aconteceu no Pavilhão Multiuso do Parque Fernando Costa, lotado com seis mil pessoas. 

O rei ao final do seu show, como sempre faz, lançava rosas vermelhas e brancas à plateia que se acercava do palco. Ali, fãs travavam verdadeira batalha para conseguir uma rosa, mas a probabilidade para isso era mínima. Eu, sem pretensões, caminhava com a massa pensando; se conseguir uma, tudo bem; não conseguindo, paciência... De repente me vi a poucos metros do palco e ali comecei a sonhar em obter uma rosa. O risco de eu ser pisoteado existia e se a rosa caísse no chão? Coitadinha.

Mirando as rosas vermelhas nas mãos de Roberto Carlos imaginei: uma daquelas vai ser minha e vi que o buquê estava indo para o fim. Eis que RC joga a última no meu rumo e milhares de mãos concorreram para apanhá-la. Munido de uma “Força estranha” lancei-me no ar e apanhei a rosa intacta, que havia caído sobre o palco. Tentaram me tomá-la, mas não conseguiram porque abracei-me a ela com todo carinho. Por onde eu passava, alguém queria tocá-la e até fotos segurando-a tiraram.

Aquela rosa ficou registrada em fotografias que não sei onde estão e suas pétalas desidratadas marcam páginas de livros meus. Por que consegui tal rosa? É que nos momentos cruciais de minha vida sempre ouvi sussurrar em meus ouvidos a frase: “Na última tentativa de um homem pode estar a sua chance de vencer”. E venci...

Citei e cito aquele mimo vermelho em várias circunstancias que vivo. Dos tantos comentários que ouço, um se sobressai entre os demais: “A flor tem um poder sem igual, inexplicável”. E tem...

Pensando no estresse atual que estamos vivendo, os meus filamentos sensíveis fluíram-me as palavras rimadas a seguir. O poder da flor: Quando ceifo do jardim uma flor / Vem-me profunda reflexão / Como acertou em cheio o Criador / Fazendo algo que fala ao coração. As flores no silêncio da brisa / Ditado pelo farfalhar das folhas / A natureza de todo se harmoniza / Desperta, irmana e une amores. Se o diálogo conciliador não resolve / E as partes se confrontam sem solução / Uma flor oferecida sempre dissolve / Ressentimentos guardados no coração... 

NOTA: segundo o empresário Tonico Carvalho, Roberto Carlos distribui com a plateia 1 dúzia de rosas brancas e 13 de vermelhas.

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