ARTICULISTAS

Novas cores na política

O impossível e o improvável às vezes acontecem em campanhas políticas

Mário Salvador
Publicado em 15/10/2018 às 20:04Atualizado em 17/12/2022 às 14:27
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O impossível e o improvável às vezes acontecem em campanhas políticas. Logo após sair o resultado das urnas no primeiro turno das eleições, eleitores brasileiros foram surpreendidos por uma transformação radical na campanha de Haddad, candidato do PT. Com a mudança, que está sendo inédita na história do PT, o partido ficou com o verde e amarelo da Bandeira Nacional em detrimento do vermelho, cor que antes representava o partido. 

Haddad talvez se julgue mais esperto que seus adversários imaginam. As novas cores adotadas de repente em sua campanha tentam convencer os brasileiros de que, caso Haddad seja eleito presidente, o Brasil não se tornará um país comunista vermelho, mas adotará um comunismo verde e amarelo – mais palatável.

Outra mudança nas diretrizes da campanha: Haddad cortou suas visitas ao presidiário Lula, na prisão do Paraná. A orientação pode ser uma estratégia de marqueteiros ou do próprio ex-presidente, que, mesmo preso, continua manejando os cordéis da política.

Manuela D’Ávila, vice de Haddad, apesar de afirmar, em um vídeo, que não é cristã, não só assistiu a uma missa ao lado de Haddad, como também comungou (o que surpreende os cristãos ainda mais). Há outros vídeos em que Manuela aparece e que alcançaram muitas visualizações. Num deles, ela segura cartaz alusivo ao Foro de São Paulo (FSP), que visa à união de partidos políticos e organizações de esquerda da América Latina e do Caribe.

Por falar em vídeo, um que tem sido divulgado como alerta a respeito do que nos espera caso Haddad seja eleito mostra os últimos segundos de vida de um jovem venezuelano que, supostamente, disse algo negativo a respeito do ditador Nicolás Maduro. Dois homens se aproximam desse rapaz. Um deles, dedo em riste, chama a atenção do jovem, prenúncio da morte iminente do manifestante. Então, o outro homem, que porta arma de fogo, faz vários disparos, e o rapaz cai morto. Uma jovem que estava ali por perto e assistia a esse episódio de violência também cai, talvez atingida por alguma bala. Num regime em que um ditador detém o poder e faz o que bem entende, o povo é apenas detalhe.

Há pouco tempo, foi noticiada a morte de Fernando Albán, vereador opositor venezuelano acusado de envolvimento num ataque com drones contra Maduro. Entidade internacional investiga se o caso foi de suicídio (como afirmam autoridades venezuelanas) ou homicídio (ideia sustentada pela oposição). 

Em breve, o resultado das urnas brasileiras dirá se o marketing adotado pelo PT depois do primeiro turno foi convincente ou não. Até lá, nós, brasileiros, continuamos ansiosos em relação ao nosso destino.

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