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Que Brasil queremos

Esta frase tem sido explorada nos últimos tempos. Ela nos remete para um futuro incerto

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 13/10/2018 às 12:14Atualizado em 17/12/2022 às 14:26
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Esta frase tem sido explorada nos últimos tempos. Ela nos remete para um futuro incerto, porque não basta querer. É preciso fazer, que não acontece sem um querer determinado, mas de todos os brasileiros. Não será o próximo Presidente da República a fazer isso acontecer, apesar do poder nas mãos. Mas os políticos têm sido muito vulneráveis e manipuláveis por uma cultura liberal capitalista.

Na campanha eleitoral, ouvimos muitas promessas. Mas qual a intenção de tudo isso, a não ser a conquista de votos. Aliás, quem muito promete pouco realiza. Faltam nos políticos uma sabedoria divina e uma real intenção de servir desinteressadamente. O aspecto interesseiro vem sendo o carro-chefe, destruindo a potencialidade da verdadeira democracia, onde o bem comum é objetivo primário.

O Brasil que queremos tem que ser fruto da sabedoria humana, mas com inspiração divina. A verdadeira sabedoria é dom de Deus, que nos faz sábios e comprometidos com as realidades da vida, no discernimento entre o bem e o mal. Não podemos continuar com uma Nação tão fragilizada em relação ao bem, mergulhada em práticas de violência, assassinatos e todo tipo de ameaça às pessoas.

Falam por todos os cantos que o país está “quebrado”, endividado, mas também mal administrado, e quase inviável. É o caso ainda de se perguntar, onde está nossa riqueza, nosso dinheiro, se temos um território tão produtivo e próspero. O que realmente está faltando é a sabedoria divina e humana da partilha. Poucos com muito e muitos com pouco, ferindo a justiça social.

Enquanto não houver uma consciência coletiva, que dê atenção às palavras de Jesus, quando diz: “como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus” (Mc 10,23), não vamos ter o privilégio da experiência de um Brasil saudável e pacífico. Significa que isso não é impossível de acontecer, mas devemos acreditar que é possível construir uma nova sociedade, porque as atitudes podem mudar.

Existe uma interpelação gritante quando escolhemos nossos novos governantes. É evidente que a maior parte da realização do Brasil que os brasileiros querem está nas mãos de quem está em seu comando. Por isso, digo que devem ser pessoas de sabedoria, não de esperteza para o seu próprio interesse, mas preocupadas com o bem da nação e a felicidade de seu povo. 

(*) Arcebispo de Uberaba

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