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Agora é guerra

Após o condenável ataque ao candidato a presidente Jair Bolsonaro, as reações ao ato foram as mais diversas

Márcia Moreno Campos
Publicado em 15/09/2018 às 11:46Atualizado em 17/12/2022 às 13:29
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Após o condenável ataque ao candidato a presidente Jair Bolsonaro, as reações ao ato foram as mais diversas possíveis. Com perplexidade pelo inusitado e a violência do acontecido, surgiram manifestações de repúdio, solidariedade, apoio, desconfiança, além de teorias de conspiração terrorista e ação orquestrada da esquerda, sem contar que muitos, alheios ao sofrimento do candidato, viram uma esperança de vitória no primeiro turno das eleições. As redes sociais foram palco dos mais diversos posicionamentos, incluindo as eternas piadas dos brasileiros que sempre surgem em quaisquer circunstâncias. Porém o que mais me assustou foi a fala do presidente do PSL, partido ao qual o candidato está filiado no momento, e que é também seu braço direito de campanha, Gustavo Bebbiano. Declarou o presidente do PSL: “Agora é guerra”. Gostaria de perguntar-lhe: guerra contra quem? Guerra por quê? Acaso os brasileiros de bem devem ser responsabilizados por um ato insano de um tresloucado qualquer? Deixe a apuração e punição às autoridades competentes.

Estamos vivendo um momento atípico na política brasileira. É sabido que eleições levam a disputas acirradas entre os diferentes lados e seus apoiadores, mas nunca com tal grau de agressividade e truculência como agora. O processo eleitoral de 2018 foi contaminado pela insegurança jurídica decorrente da teimosia do ex-presidente Lula de se manter na disputa. Inconformado ao passar de aplicador de leis a alguém sujeito a elas, insurgiu-se contra o rito democrático em uma autêntica obstinação de voltar ao Poder para perpetrar seu projeto de vingança aos que o colocaram na cadeia. Chega a ser insano tantos recursos, recuos e insistência. Do outro lado, e em contraponto a isso, enaltecem o candidato de direita como o único capaz de acabar com o PT. Acabar com o PT significa acabar com a democracia? A ditadura militar, a meu ver, não só não acabou com a esquerda, como a fortaleceu. Democracia significa convivência pacífica entre pensamentos distintos e conflitantes, com a salutar e desejável alternância no Poder. A quem pode interessar uma guerra? 

É mister apaziguar os ânimos, agir com serenidade, defender a liberdade de expressão e a democracia acima de tudo. Atos extremados parem outros atos mais extremados ainda. Nas atuais circunstâncias, paz deve ser a palavra de ordem.

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